Desde o primeiro momento, as farmácias assumiram, voluntariamente, a missão de combater a pandemia. É agora chegada a altura de reconhecer os serviços prestados?
Sim. A minha presença aqui hoje serve precisamente para enaltecer o seu papel no sistema de Saúde português e o enorme contributo que dão para o SNS com a sua atividade tradicional e, de forma cada vez mais inovadora, com outros serviços. Também por isso são muito importantes as medidas que nos propomos implementar este ano. A renovação da prescrição dos doentes com medi- cação crónica, que simplificará a vida das pessoas, e a distribuição de medicamentos hospitalares em proximidade.
Qual será o calendário de aplicação destas medidas em 2023?
Quanto mais cedo, melhor. Mas é melhor fazer bem um pouco mais tarde, do que apressar as coisas. Ao fim de tantos anos de ambição por medidas des- te tipo, podemos bem controlar a nossa vontade e garantir que começam a funcionar com segurança e tranquilidade de todas as entidades envolvidas.
Otimista como está, deixa de ser tabu falar-se na valorização do serviço farmacêutico?
Não tenho nenhuma dúvida de que o serviço farmacêutico tem de ser valorizado. Temos de tirar par- tido desta rede imensa que as farmácias representam. Uma rede cuja qualificação é enorme, com um enorme capital de confiança junto dos portugueses e onde a média de farmacêuticos por cada farmácia é de quatro profissionais. Ora, isto é um exército de saúde que o país tem de aproveitar ainda mais.
Um exército que tem de ser economicamente sustentável.
Sim, temos de combinar tudo com as regras de sustentabilidade económica, e também estamos empenhados nisso. Em última instância, a farmácia é um serviço de saúde, mas também uma empresa, e é preciso garantir que tudo se passa com o devido equilíbrio.