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1 junho 2023
Texto de Irina Fernandes Texto de Irina Fernandes Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro Vídeo de Rodrigo Coutinho Vídeo de Rodrigo Coutinho

O amor de um irmão também cura!

​​​Desde o dia de nascimento do irmão até à idade adulta, Raquel sempre nutriu por João Pedro sentido de proteção e amizade.​​​​

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«Eu sempre quis muito ter um irmão. Foi amor à primeira vista». Visivelmente emocionada, às primeiras palavras de entrevista, Raquel Guerrinha deixa transparecer o sentimento de cumplicidade e união que a une a João Pedro. 

«Tudo o que passámos advindo da doença acabou por nos tornar ainda mais cumplicies. Criei um sentimento de muita proteção em relação a ele», assume a jovem de 26 anos. 

Da infância à idade adulta sagraram-se confidentes e fiéis amigos, na alegria e na tristeza. 

Raquel tinha apenas nove anos quando chegou a notícia de que João Pedro Guerrinha, então com 16 meses, sofria de uma doença oncológica (um tumor, um rabdomiossarcoma, que estava encostado à próstata e à bexiga).

«Lembro-me que houve uma altura em que as coisas se complicaram muito e a minha mãe disse que havia uma grande probabilidade de as coisas não correrem bem, e de o meu irmão não sobreviver».

Internado no Instituto Português de Oncologia de Lisboa, João Pedro contou, em todas as horas, com o carinho e companhia de Raquel. Todos os sábados, Alda Guerrinha e o marido, Rui Guerrinha, levavam Raquel para estar com o irmão. «Sei que ele ficava muito feliz quando lá ia vê-lo. Aproveitávamos para brincar...e, embora ele fosse um bebé, notava-se que ficava muito satisfeito quando me via», evoca.

Raquel assevera que «nunca acreditei que iria acontecer o pior». Talvez «por ingenuidade de criança» ou «tinha um pressentimento de que as coisas iriam dar certo».

Aos 20 anos, João Pedro, que vive com sequelas advindas do problema de saúde vivido, não tem dúvidas de que o apoio e o amor incondicional da irmã foram determinantes para conseguir enfrentar, e superar, a doença oncológica.«Ter uma irmã que felizmente não teve um problema de saúde mais significativo é conhecer outra realidade, e, ao mesmo tempo, perceber que ‘eu quero aquilo’», afirma João Pedro, destacando que «a minha irmã ajudou-me muito, tem sido uma grande força e energia para mim».

 


Enfrentando cirurgias, tratamentos e internamentos ao longo de todo o seu crescimento, João Pedro viu em Raquel um raio de luz e uma inspiração para seguir em frente. «O meu papel de irmã foi tentar que ele se abstraísse e distraísse um pouco… Ao contar-lhe as coisas da minha vida tentei levar-lhe ânimo. Quando andava na faculdade, ia sempre ter com ele ao fim do dia…Leva-lhe o mundo de fora e inconscientemente esse foi o meu papel».
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