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24 junho 2024
Texto de Telma Rocheta | WL Partners Texto de Telma Rocheta | WL Partners Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

Nem uma vacina desperdiçada

​​​​​Em Arraiolos, a população acorreu à Farmácia Vieira para a vacinação dupla contra a gripe e a COVID-19. ​

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Idália Borda d’Água não poupa elogios à Farmácia Vieira e ao responsável pela administração das vacinas. «O doutor é impecável, nem se sente a agulha», conta a natural de Arraiolos, de 76 anos. Desde que é possível fazer a vacinação na farmácia, nunca mais foi ao centro de saúde, preferindo «as mãos de ouro» de David Travassos, há dois anos diretor técnico da Farmácia Vieira, em Arraiolos. Esta foi a única farmácia do concelho a participar na Campanha de Vacinação Sazonal do outono-inverno 2023-2024 contra a gripe e a COVID-19.

Na Farmácia Vieira já se administravam vacinas contra a gripe a pessoas com receita médica, bem como diversos tipos de injetáveis. Mas juntar a vacina contra a COVID-19, o que aconteceu no passado outono pela primeira vez, aumentou a complexidade da campanha. «As vacinas da gripe são unitárias, por isso podem ser marcadas a qualquer altura. Com a vacina da COVID-19 era mais difícil, porque cada frasco dá para seis pessoas», explica David Travassos. Mesmo assim, a equipa pode orgulhar-se de «não ter desperdiçado uma única vacina».

O facto de ser uma terra pequena, onde todos se conhecem, ajudou: «Quando havia pessoas que faltavam ou que chegavam aqui e não estavam abrangidas e não podíamos fazer a administração, contactávamos pessoas que estavam marcadas para os dias seguintes». Os farmacêuticos chegavam a ir bater à porta de clientes ou a lojas, para colmatar a falta, uma vez que cada frasco tem de ser imediatamente usado. «Faz diferença estarmos no Alentejo», considera o farmacêutico, natural de Estremoz, mas a viver nesta pequena vila. Quanto à habilidade para vacinar sem dor, refere que não tem poderes especiais: «Acho que é porque consigo fazer com que as pessoas estejam descontraídas e vou falando com elas».


A proprietária da farmácia, Lúcia Sousa, ficou satisfeita com a experiência. «Houve um maior contacto com o público»

Lúcia Sousa, formada em Ciências Farmacêuticas e membro da família proprietária desta e de outras farmácias no Alentejo, ficou muito satisfeita com a experiência: «Foi muito agradável, até porque houve um maior contacto com o público». Para os utentes, que se sentem mais acompanhados por profissionais que conhecem, entende que «é uma mais-valia em saúde». Ao mesmo tempo, «foi exigente», recorda, «também porque o espaço é reduzido e tinha de haver uma coordenação da equipa», para haver o período de espera obrigatório para despistar efeitos adversos.

Durante a campanha de vacinação foram administradas nesta farmácia mais de 1.700 vacinas, das quais entre 700 e 800 contra a COVID–19. A proprietária da Farmácia Vieira considera que o mais difícil foi o mês de outubro, quando foram aplicadas mais de metade das vacinas, ha- vendo por isso grande afluência.


A Farmácia Vieira, localizada numa rua pedonal e de comércio no centro de Arraiolos, administrou mais de 1.700 vacinas

Liberdade Capacho, de 80 anos, nasceu em Arraiolos, mas passou a sua vida ativa, dos 20 aos 60 anos, em Lisboa, onde trabalhou como enfermeira veterinária. Fazia todos os trabalhos pesados, recorda: «De manhã estava no bloco porque ajudava o meu patrão a operar. Ossos também era comigo». É uma das utentes frequentes da Farmácia Vieira, onde a sua história de vida e boa-disposição são bem conhecidas. A antiga enfermeira veterinária já costumava vacinar-se aqui.

Em 2023, pela primeira vez, fez as duas vacinas – contra a gripe e a COVID–19 – na mesma ocasião. «Prefiro vir à farmácia porque fica mais perto de casa e nunca tive problemas. Marco a hora e pronto», explica. Também o marido foi vacinado na Farmácia Vieira, embora tivesse vindo de ambulância por ser um doente oncológico que «agora está muito débil». Mesmo assim, é mais confortável deslocar-se à farmácia próxima de casa.

David Travassos salienta que para as pessoas é «muito mais fácil ir à farmácia do que ao centro de saúde, onde só vão quando precisam de uma consulta». Além do mais, diz, a farmácia conseguiu «divulgar bem a vacinação», precisamente por causa desse contacto próximo, e pelo efeito "bola de neve" em que as pessoas ficavam satisfeitas, recomendavam a outras e levavam os familiares.​​

 

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