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29 agosto 2024
Texto de Catarina Esteves Ferreira | Psiquiatra da infância e adolescência, Clínica MIM Texto de Catarina Esteves Ferreira | Psiquiatra da infância e adolescência, Clínica MIM

Irrequietos ou hiperativos?

​​​​​​​Será o ​desenvolvimento saudável da infância ou​ PHDA?

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À semelhança do que acontece em quadros de saúde mental, a Perturbação de Hiperat​ividade/Défice de Atenção (PHDA) caracteriza-se por sintomas que decorrem de comportamentos normativos, expectáveis e adaptativos. A infância é um período da vida caracterizado pelo permanente assombro perante o mundo, a natural curiosidade e constante exploração. Estas características, típicas de um desenvolvimento saudável, traduzem-se numa maior atividade motora e irrequietude, que não devem ser confundidas com sintomas patológicos desta perturbação, que só ocorre quando estes assumem uma intensidade ou frequência não esperada para a idade. A existência de PHDA prejudica os contextos pessoal, social ou académico, visto que traduz a manifestação de uma disfunção neurofisiológica.

O tratamento desta perturbação tem a capacidade de limitar défices e favorecer um neurodesenvolvimento normal, com menos fragilidades no funcionamento do indivíduo. Indiretamente, permite à pessoa cumprir todo o seu potencial, que se reflete não só em questões académicas, mas também familiares, relacionais e sociais.

A melhor intervenção em PHDA deve sempre contemplar uma abordagem psicossocial, mas em situações específicas poderá precisar de terapêutica farmacológica para otimização do quadro da pessoa. Apesar dos riscos associados, os fármacos utilizados são substâncias amplamente estudadas e com riscos extensamente investigados.

Embora frequentemente diabolizada e tida como uma solução fácil, a terapêutica farmacológica é, habitualmente, em conjunto com as intervenções comportamentais, um salva-vidas para os indivíduos que, perante este diagnóstico, apresentam défices em todos os seus contextos de vida. O tratamento torna possível a estas crianças e adolescentes manter um percurso de vida pautado por relações sociais e familiares saudáveis e harmoniosas, e cumprir objetivos académicos e profissionais de forma correspondente a todo o seu potencial. Em última instância, possibilita à pessoa melhorar a qualidade de vida, livre de complicações na sua saúde mental.​​
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