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28 setembro 2023

Saúde mental infantil

​​​​​​​Fundação do Gil abre clínica para prevenção e intervenção em saúde mental infantojuvenil.​

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​Texto de:

Catarina Rosa (psicóloga clínica e da saúde)

Maria Moura (pedopsiquiatra e psicoterapeuta)

Ricardo Rodrigues (enfermeiro especialista)

Ruth Robles (psicóloga clínica, especialista na primeira infância)



Uma em cada cinco crianças e jovens apresenta uma perturbação mental antes de atingir os 18 anos, estima a Organização Mundial da Saúde (OMS in DGS, 2018, p. 17).

A saúde mental infantojuvenil é uma questão crucial, que não incide apenas sobre a saúde da presente geração. Aproximadamente 50% das perturbações na saúde mental que não são alvo de tratamento durante a infância persistem na idade adulta. 

Na área da saúde mental infantojuvenil é essencial um modelo de intervenção multidisciplinar. Nas situações em que emerge a psicopatologia, a intervenção terapêutica atempada é essencial para minorar o impacto e para evitar o agravamento clínico.
 
A intervenção em saúde mental também deve abranger as áreas da prevenção e promoção.

Nesse sentido, a fim de dar uma resposta ade​quada aos pedidos crescentes neste âmbito, a Fundação do Gil vai abrir, ainda em 2023, a Clínica do Gil, precisamente com essas duas vertentes.

Ao nível da intervenção terapêutica, contará com valências de Pedopsiquiatria, Psicologia especializada em Crianças e Adolescentes, Terapia Familiar, Terapia da Fala, Terapia Ocupacional, Psicomotricidade e Psicopedagogia.

Pretende-se apostar na intervenção em contexto de grupo, em crianças, adolescentes e pais/cuidadores, pelo reconhecido impacto terapêutico. Nesse sentido, mediante encaminhamento, preconizam-se diferentes modalidades psicoterapêuticas, nomeadamente com recursos a técnicas mais expressivas, psicopedagógicas ou de maior ênfase na mediação pela palavra.

Paralelamente, ao nível da promoção da saúde mental, salientam-se as intervenções para a parentalidade, assim como para as crianças e adolescentes, com espaços artísticos de ioga para crianças, pais e educadores.
 
«A Saúde é uma tarefa de todos os técnicos e de todas as pessoas de uma comunidade. É, portanto, basicamente uma tarefa de ordem política e educacional» (Santos, J., in Prevenir a doença e promover a saúde, 2014, p. 277).

O impacto das questões de saúde mental nas sociedades atuais leva-nos a refletir sobre as políticas de saúde mental, particularmente a acessibilidade e a necessidade de intervenção precoce.

A fronteira entre o normal e o patológico é difícil de definir em saúde mental. O Plano Nacional de Saúde Mental considera essencial diferenciar os sintomas normais, no decurso de conflitos inevitáveis e necessários ao desenvolvimento psicológico da criança, dos sintomas patológicos, que se destacam por serem: intensos e frequentes; persistentes; com impacto em diferentes áreas da vida da criança; e desadequados em relação à idade (Marques, C. e Cepêda, T., 2009).
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