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3 novembro 2022
Texto de Rita Antunes (psicóloga clínica e educacional) Texto de Rita Antunes (psicóloga clínica e educacional)

Escuta ativa

Insistir em interações sociais, saídas com amigos ou em família, passeios, desporto.​ ​​Vale tudo para pôr o corpo e a mente a mexer, acompanhados!​

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Um em cada cinco jovens entre 15 e os 24 anos revelou sentir-se muitas vezes deprimido ou ter pouco interesse em fazer coisas, de acordo com um estudo realizado pela UNICEF. O relatório “A Situação Mundial da Infância 2021” expõe o impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental de crianças e jovens, ao nível da qualidade do sono, da alimentação, das relações familiares, ou entre pares.

As queixas de ansiedade, ataques de pânico, fobias, alterações do comportamento e sinto- mas depressivos têm aumentado na comunidade escolar e em muitas famílias.

Por isso, é fundamental que pais, educadores, professores e todos os adultos significativos possam estar mais bem informados para reconhecer sinais de alerta:
  • Mudança do padrão alimentar (por excesso ou por defeito);
  • Alterações nas rotinas de sono, dificuldades em adormecer ou em acordar. Sono agitado e despertares noturno;
  • Queixas de cansaço, falta de energia e sensação de esforço em executar tarefas normais;
  • Alterações de comportamento, como maior agitação psicomotora, irritabilidade, impulsividade, comportamentos agressivos (dirigidos ao próprio, a terceiros, a objetos ou a animais);
  • Falta de interesse em brincar com os amigos como antes, desfrutar menos das atividades e dos momentos de lazer, sensação de desinteresse generalizado frases como parece que agora já não gosto de nada… não quero… não me apetece;
  • Maior isolamento social, dificuldade em fazer novos amigos ou em se reaproximar dos pares;
  • Crescente autocrítica (frases como não consigo fazer nada de jeito, eu não sei isso, não sou capaz, ninguém gosta de mim, não tenho amigos, estou farto disto tudo);
  • Mudança brusca de humor, menos paciência para pequenos aborrecimentos ou frustrações do dia a dia;
  • Sentimentos de tristeza, preocupação e apreensão constantes (ver cenários negativos em tudo);
  • Queixa de dores físicas diversas, inespecíficas e repetitivas (mesmo após observação médica e exames complementares de diagnóstico), como dores de estômago ou de cabeça, dores no corpo todo, que são razão para faltar à escola por não se sentir bem;
  • Alterações bruscas no desempenho, rendimento escolar, desportivo ou social.

Afinal, Louvor rima com Amor!
O Amor (que) é (e deveria sempre sempre) o invisível no habitual
(Agustina Bessa-Luís)

O QUE FAZER PARA AJUDAR?
  • Conversar aberta e tranquilamente sobre sentimentos, sejam positivos ou negativos. As crianças, e até mesmo os adolescentes, podem não saber nem se darem conta de que estão tristes ou quais os motivos que os levam a sentirem-se assim. Ouvir, conter as angústias, disponibilizar apoio e conforto emocional, com paciência e abraços, serão bons aliados;
  • Proponha fazer coisas que ambos gostem, seja um jogo de tabuleiro, cozinhar a pares, um concurso de leitura antes de dormir, artes plásticas, desenhos em família, caminhadas ou passeios de bicicleta… Vale tudo para pôr o corpo e a mente a mexer, acompanhados!
  • Aumentar os níveis de tolerância e abertura em momentos menos bons ou de mau humor dos nossos filhos ou alunos pode criar verdadeiras oportunidades de reflexão conjunta e, quem sabe, até de encaminhar para ajuda profissional: o médico, o pediatra de referência, o psicólogo, o pedopsiquiatra ou outros profissionais de saúde mental são os melhores aliados para superar momentos mais difíceis com distinção e louvor.
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