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31 agosto 2023
Texto de Rita Antunes (psicóloga clínica e educacional) Texto de Rita Antunes (psicóloga clínica e educacional)

Hiperatividade e défice de atenção

​​​Dicas e estratégias para dar a volta, sem esquecer o necessário acompanhamento clínico.​

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O regresso às rotinas, organizadores fundamentais para um desenvolvimento psico-socioemocional saudável, é um grande desafio! Especialmente num diagnóstico clínico de perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA).

A PHDA é uma condição clínica em que predominam dificuldades de atenção/concentração, de organização e planeamento de tarefas, de capacidade de regulação emocional, assim como de flexibilidade cognitiva para alterar estratégias e encontrar melhores soluções. Estes desafios condicionam o desempenho académico ou social e tornam o(s) regresso(s) mais exigente(s) para crianças, adolescentes e os seus adultos de referência (pais e professores). Como tal, é crucial empoderá-los de estratégias que permitam uma melhor qualidade de vida.

No contexto familiar, é recomendado planear diariamente as diferentes tarefas e atividades a desenvolver, com objetivos curtos e rapidamente alcançáveis, para estimular uma maior persistência e motivação.

Os auxiliares de memória, num quadro de cortiça ou magnético, podem funcionar como uma boa ajuda na gestão familiar diária. Assim, toda a família pode visualizar os recados com as informações mais importantes, como os testes, o material necessário para a escola ou uma tarefa atribuída (por exemplo, pôr a mesa).

Em termos de socialização, um desporto e/ ou atividades extra, como os escuteiros, atividades de expressão dramática ou musical, assim como atividades de grupo fora dos contextos habituais (casa e escola), poderão funcionar como excelentes aliados.

Em contexto escolar, a posição e estrutura da sala de aula são elementos a considerar. As atividades devem ser alternadas e subdivididas, de forma a permitir um melhor ritmo de trabalho. Momentos individuais de tutoria ou mentoria serão excelentes aliados porque promovem relações mais próximas e positivas, que funcionam como fatores protetores em todas as circunstâncias.

Em situações de maior agitação psicomotora, atribuir tarefas de ajuda que permitam o movi​mento físico, como a distribuição de material pelos colegas, pode ajudar à regulação comportamental da criança ou do jovem. Outras boas estratégias são os moment​os de timeout, em circunstâncias específicas, que permitam a saída da sala de aula, dando-lhe oportunidades de aprendizagens positivas para a vida.

Também é importante não esquecer que ajuda dar tempo adicional para as tarefas, repetir as instruções, subdividir os textos em partes e/ou sublinhar, assim como evitar impressões em frente e verso em exercícios de continuidade. 

Deverá ainda ser reforçada a comunicação casa-escola, de forma a definir e articular estratégias que promovam um percurso pessoal e académico com mais e melhores conquistas.

Estas são dicas para usar e abusar, com a moderação e contenção emocional necessárias, para um melhor ano letivo para todos.
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