«A hipoterapia fez-me renascer!». É de forma assertiva e emotiva que Paula Magalhães, 51 anos, assume a importância que o método terapêutico tem tido, ao longo dos anos, na sua reabilitação física.
Praticante há nove anos, iniciou-se em Oliveira de Azeméis, no Clube Equestre de Loureiro. Com a ajuda de uma equipa de terapeutas e de Papoila, uma égua, de porte pequeno, viu surgir os primeiros resultados de melhoria.
«Antes da hipoterapia, eu dizia para mim: "Levanta o pé", e não levantava. A partir daí, comecei a ter comandos para o meu corpo. Não são perfeitos porque não faço exactamente o que quero, mas tenho os comandos principais!», relata Paula, que por causa da doença degenerativa vive com dificuldades motoras. «Tenho força, empurro as coisas. Agilizei o meu corpo e reconstruí-me. Renasci, mesmo! Não renasci como era, mas renasci. Basta ver no meu falar. Eu não falava! Aliás, falava, mas ficava logo muito cansada. Agora não, falo pelos cotovelos!», conta bem-disposta.
Graças aos avanços conquistados, voltou a ser capaz de fazer algo de que gosta muito: estar dentro de água. «Eu nasço outra vez quando estou dentro de água. Nasço mesmo! Nado sozinha, não preciso de ninguém, vou ao fundo sozinha, caminho. Nasço outra vez!», sublinha.
Paula continua a dar luta à doença. Todas as semanas, à quinta-feira, cumpre nova sessão de hipoterapia. Em cima do cavalo Lucky – desta vez na Quintinha Pedagógica de Canelas – faz frente ao próprio corpo. O brio e o rigor com que executa os exercícios, à voz da instrutora e terapeuta, dizem tudo: é mulher destemida, que não teme desafios.
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