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19 março 2018
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

Fármacos a desaparecer

​​​​​​​​​​​​​​​Em Urologia e Andrologia, as falhas sentem-se há 2 ou 3 anos.

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​Em Urologia e Andrologia, há «problemas sérios» com a falta de medicamentos, que se fazem sentir há dois a três anos, alerta Nuno Monteiro Pereira, urologista do Hospital Lusíadas. «Cada vez são mais os fármacos que começam a não estar disponíveis. Por vezes, não são os fármacos, mas certas dosagens relevantes para a terapêutica». Ilustra com o caso do Caverject, solução injectável de alprostadilo, destinada ao tratamento da disfunção eréctil. Durante alguns meses só se encontrava a dose de 10 mcg, o que «obrigava os doentes a levar duas injecções no pénis em vez de uma».

José Jacinto Ribeiro tem 73 anos e sofre de diabetes. Utiliza regularmente o Caverject e, desde há um ano, tem sentido muita dificuldade em encontrar este medicamento nas farmácias, situação que se agravou nos últimos meses. «Estou há um mês sem medicação. As últimas três receitas que o médico passou expiraram, o que me obrigou a voltar a marcar consulta. Agora deixei uma receita na farmácia, já paga, pois tive receio que voltasse a terminar o prazo», desabafa o doente.



Outro medicamento que saiu do mercado foi o Pacinone, «um ansiolítico extremamente eficaz no controlo dos níveis de ansiedade, com uma eficácia muito grande na bexiga», explica Nuno Monteiro Pereira. «Telefonei ao laboratório, que informou que tinha sido retirado porque não estava a vender suficientemente. Ficámos com o Demetrin, muito menos eficaz, que também começa a ser difícil obter», explica.

Um dos medicamentos que mais esteve em falta em 2017 foi o Urispás de 15 comprimidos, indicado no tratamento de sintomas que acompanham problemas da bexiga e da próstata, como dor, disúria e urgência miccional. Embora exista uma embalagem de 60 comprimidos, não há qualquer genérico.

Nuno Monteiro Pereira também considera esta falta «um problema», pois embora não seja um medicamento absolutamente essencial, dá algum conforto aos doentes. «É um medicamento muito difundido pelos clínicos gerais e médicos de família, e é provável que estes últimos sintam bastante a sua falta, pois podem não conhecer alternativas para as bexigas hiperactivas».
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