Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
30 junho 2023
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Mário Pereira Fotografia de Mário Pereira

Mais intervenção

​​A integração de serviços farmacêuticos é importante para garantir uma Saúde mais próxima de todos. ​

Tags
O contributo das farmácias comunitárias para um sistema de Saúde centrado nas pessoas pode ser muito significativo, se o caminho for feito no sentido de uma maior integração de serviços. A afirmação é de Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos em exercício nos dias em que decorreu o 14.º Congresso das Farmácias. O clínico, que interveio no debate da segunda sessão plenária dos trabalhos, moderado por Carolina Mosca, presidente do Colégio de Especialidade de Farmácia Comunitária da Ordem dos Farmacêuticos, defende também que se coloque o foco na prevenção da doença. Para tal, propõe a criação de um projeto abrangente de educação para a saúde, envolvendo o SNS, o setor privado e o setor social, «coordenado por um instituto independente, tutelado pelo Ministério da Saúde, mas com orçamento próprio». Os objetivos são de longo prazo e o sucesso dependerá do envolvimento de escolas, autarquias, cuidados primários e farmácias, aponta. «As farmácias e os cuidados de saúde primários são os dois pratos da balança na promoção da saúde», acredita.



«Reforcem o vosso papel na integração de cuidados de saúde e o papel social que têm na comunidade», apelou Maria do Rosário Zincke aos farmacêuticos

Fernando de Almeida, presidente do Conselho Diretivo do INSA, apoia a proposta e garante que «os médicos não são exclusivistas»: querem trabalhar com outros parceiros da saúde. O responsável assegura que gostaria de ver mais comunicação entre os médicos e os farmacêuticos comunitários para, em conjunto, desenvolverem projetos de literacia em saúde, tendo como destinatários preferenciais os idosos. «As farmácias existem para as pessoas, os médicos existem para as pessoas. As pessoas são o foco», afirmou.
E as pessoas, as com doença e os cidadãos em geral, querem mais das farmácias, assevera a presidente da Plataforma Saúde em Diálogo. Serviços como a renovação da terapêutica crónica ou a dispensa em proximidade de terapêuticas habitualmente dispensadas em ambulatório hospitalar, assim como o registo único de dados em saúde, são três das reivindicações mais prementes. «Queremos que reforcem o vosso papel na integração de cuidados de saúde e o papel social que têm na comunidade», apelou Maria do Rosário Zincke aos farmacêuticos. Como exemplo a seguir, partilhou a participação das farmácias no projeto Espaço Saúde 360° Algarve, promovido pela Plataforma Saúde em Diálogo, em que as farmácias prestam o serviço de revisão terapêutica e referenciam utentes para outros níveis de cuidados.

Érica Viegas, do Conselho Diretivo do Infarmed, defendeu igualmente a cooperação entre os parceiros da saúde para dar resposta à doença crónica. A rede portuguesa de farmácias tem «muitos pontos positivos», como a «capilaridade, a qualidade dos seus profissionais, a capacidade de organização e o capital de confiança das populações», argumentou. A prestação de serviços farmacêuticos pelas farmácias é uma tendência crescente, realçou, destacando os testes rápidos de antigénio, a vacinação e os testes point of care, assim como a entrega ao domicílio. Congratulou-se ainda com a participação das farmácias na dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade e na renovação de terapêutica crónica, assim como com «o papel fundamental» na gestão da disponibilidade de medicamentos.​​​​​​