O envelhecimento do país é uma realidade que preocupa Graça Freitas. Aos 65 anos os portugueses têm uma esperança média de vida razoável, as mulheres podem contar com mais 20 anos. O desafio é fazer desse um tempo com mais saúde e qualidade de vida. E para isso a directora-geral da Saúde quer mudar comportamentos, hábitos e estilos de vida desde cedo.
O envelhecimento activo deve começar no jardim-infantil. A responsável da Saúde invoca os bons exemplos do norte da Europa, onde a sociedade é menos sedentária. E dá exemplos: é frequente ver em muitas cidades de diferentes países, adultos e crianças a irem para a escola a pé, de bicicleta, de trotinetes. «Já vão para a escola em movimento e quando lá chegam continuam. Nós temos o hábito de levar as crianças de automóvel até à entrada da escola. Iniciam já o dia de uma forma sedentária».
O sedentarismo prolonga-se nos jovens e na idade adulta. O consumo excessivo de álcool, tabaco e uma alimentação desequilibrada durante a vida adulta constituem a amálgama perfeita para doenças em final de vida e muitas vezes para as mortes prematuras, antes dos 70 anos. «Não estou a dizer que as pessoas deixem de viver, de usufruir, mas isso pode ser feito com uma vida saudável e activa», sublinha.