Lopes Ribeiro privou durante um quarto de século com João Cordeiro – desde os tempos em que o dirigente histórico da ANF ainda não tinha sequer ascendido à presidência. Está convencido de que a organização teria adquirido um perfil diferente se ele não lhe tivesse tomado as rédeas.
«Substituiu pessoas que talvez já não tivessem a capacidade que ele tinha para acompanhar a evolução», observa, recordando em especial a luta travada a seguir ao 25 de Abril de 1974. «Ele e Luís Teodoro [primeiro presidente da Direcção] foram fundamentais. Era muito perigoso naquela altura, com greves e reivindicações dos sindicatos, mas eles vinham com a experiência das RGA», as assembleias de estudantes que tanto agitaram as universidades.
A saída de João Cordeiro, que em 2013 interrompeu o último mandato, é interpretada por Lopes Ribeiro como prova da sua inteligência. «Percebeu que era a altura. Saiu no momento certo». Assegurando que ele próprio cessou na altura certa funções de secretário-geral, elogia quem lhe sucedeu e, muitos anos mais tarde, ao próprio João Cordeiro, como presidente da Associação. «O dr. Paulo Duarte tem uma vantagem: consegue formar equipas. E mesmo as pessoas mais idosas respeitam-no, o que é fundamental. É um líder».