O ano era 1974, vésperas da Revolução dos Cravos. Por cá. António Sala, viajante compulsivo que hoje soma quase cem países no currículo, estava longe, em terras de sua majestade, mais precisamente em Brighton, Inglaterra, como jornalista, a fazer a cobertura do Festival da Eurovisão. «Fui acompanhar o Paulo de Carvalho com uma canção que, dias depois, viria a ser uma das senhas do 25 de abril, o Depois do Adeus, para os militares saírem dos quartéis. Na altura nem se sonhava que isso pudesse vir a acontecer dessa maneira», recorda o locutor.
Assistiu a todos os ensaios. Inclusive o de um grupo «fantástico e diferente de tudo». «Encantava-me, acima de tudo, uma loirinha que lá estava, supersimpática, que conversava comigo», conta. «Quando passava, à boa maneira sueca, tão descontraída, piscava-me o olho e dizia: "hi, Tony", e tal. Eu andava encantado». A ‘loirinha’ chama-se Agnetha Fältskog, e era um dos quatro elementos dos então ainda desconhecidos Abba.
Esta é uma das muitas aventuras narradas por António Sala num livro de viagens que deve ser publicado ainda em 2022. Também este ano, o comunicador espera dar à estampa um livro de crónicas e ainda um livro infantojuvenil, «dedicado aos professores, para poderem contar, ler e estudar pequenas histórias de crianças diferentes, com um propósito mais didático».