Esta é a oitava vez que a campanha “Dê Troco a Quem Precisa”, promovida pela Associação Dignitude, procura recolher fundos que serão depois integralmente usados na aquisição de medicamentos de pessoas carenciadas.
O Programa Abem tem actualmente mais de 25 mil beneficiários, a quem presta apoio no acesso gratuito aos medicamentos prescritos pelos médicos. Segundo a sua embaixadora, Maria de Belém Roseira, este número corresponde «a uns milhares largos de agregados familiares de todas as faixas etárias», desde as crianças - cerca de 13% dos beneficiários, até aos mais velhos.
A saúde, diz, «é uma despesa primordial, urgente e necessária, mas há quem não lhe consiga fazer face. A pandemia veio agravar a situação social e económica do país, e os farmacêuticos, que estão ao balcão e conhecem as histórias de vida dos seus utentes, dizem-nos que sempre foi difícil para muitas pessoas, mas agora está pior. Nós sabemos que a doença afecta mais os mais pobres e com mais gravidade, pelo que o nosso apelo vai no sentido de ajudarmos estes concidadãos a controlar as suas doenças, o que é um bem para eles e é um bem para toda a sociedade».
Fátima Baião Santos, directora-técnica da Farmácia Baião Santos, em Queluz, onde foi dado o pontapé de saída oficial desta oitava edição da “Dê Troco a Quem Precisa”, é testemunha activa das dificuldades de muitos dos seus clientes. Por esse motivo, a sua é uma das 1.090 farmácias que compõem a rede solidária, e uma das mais de 630 que no continente e ilhas aderiram à campanha. «Nós sentimos na pele, diariamente, o sofrimento das pessoas, muitas com doenças crónicas que não conseguem controlar devido à falta de recursos económicos. Por isso, sim, sempre participei nesta iniciativa e apelo a todas e todos que possam a que façam um donativo».
Para já, revela, este primeiro dia, 13 de Dezembro, não está a correr mal. «Os nossos utentes têm sido bastante solidários, quase todos têm arredondado o troco e há até quem tenha feito donativos maiores. Mesmo aquelas pessoas que sabemos estarem a passar por maiores dificuldades, têm sido solidárias. Talvez porque se relacionem com as dificuldades do próximo, talvez porque também elas já foram ajudadas».
Ana Cristina Nascimento, 54 anos, assistente operacional numa escola, acaba de fazer um donativo. Explica que o fez, precisamente «porque eu, infelizmente, também já precisei de ajuda, e agradeço muito às pessoas que me apoiaram na altura. Sei que há muita gente a precisar e, às vezes, basta um euro. Um euro é o suficiente, e quem precisa pode não saber quem doou, mas vai agradecer na mesma».
Paralelamente à campanha que decorre nas farmácias aderentes, entre os dias 13 e 21 de dezembro, é também possível apoiar esta iniciativa a qualquer momento, através do MBWAY, pelo número 932 440 068, ou por transferência bancária (PT50 0036 0000 9910 5914 8992 7).
