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3 abril 2025

Doença de Parkinson

​​​​A prevenção, hábitos de vida saudáveis e o diagnóstico precoce de doenças são fundamentais para prolongar a saúde do cérebro.​

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​Texto de Maria Begoña Cattoni​ | Neurocirurgiã, Hospital CUF Tejo


De que forma o envelhecimento afeta o cérebro?
À medida que envelhecemos, o cérebro vai-se alterando, podendo levar a mudanças físicas e funcionais que impactam as habilidades cognitivas e motoras, aumentando a probabilidade de desenvolver doenças neurológicas.

Quais as principais doenças do cérebro associadas ao aumento da longevidade?
Em Portugal, o aumento da esperança de vida da população tem contribuído para o acréscimo das chamadas doenças neurodegenerativas. Trata-se de condições incapacitantes, que levam à degeneração progressiva ou à morte dos neurónios. Entre as mais comuns, encontra-se a demência, nomeadamente a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson.

O que é a doença de Parkinson?
Trata-se de um transtorno neurodegenerativo crónico que afeta o sistema nervoso, levando à perda progressiva das células cerebrais responsáveis pelo controlo do movimento. Atinge mais de dez milhões de pessoas no mundo, afeta a mobilidade, o equilíbrio, a fala, a escrita, a concentração e o sono. Tarefas simples do dia a dia, como caminhar, vestir ou comer apresentam-se como um desafio.

Em Portugal, a doença de Parkinson afeta aproximadamente 35 mil pessoas. A sua incidência tem aumentado com o envelhecimento da população, sendo mais comum acima dos 60 anos.

Quais os principais sintomas?
A doença provoca efeitos motores, como tremores, rigidez e lentidão de movimentos; e não motores, entre os quais alterações cognitivas e da memória, ansiedade, depressão, perturbação do sono, dificuldades visuais, na mastigação e na deglutição.

Opções de tratamento
Graças aos avanços da tecnologia e ao empenho das equipas de saúde, o tratamento da doença de Parkinson tem evoluído. O caminho exige paciência e perseverança, mas tem-se evoluído no sen- tido de uma vida mais plena para os doentes.

Atualmente, quando detetado numa fase inicial, procura-se controlar a doença com medicação. Nos casos mais graves, ou quando esta abordagem deixa de ser eficaz, a resposta passa pela cirurgia de estimulação cerebral profunda.

O que é a estimulação cerebral profunda? 
Consiste na implantação de um pequeno dispositivo, parecido com um pacemaker, sob a pele do peito ou da barriga do doente. Este conecta-se a pequenos elétrodos, colocados em áreas específicas e sensíveis, para os quais transmite impulsos elétricos, que dão sinal ao cérebro para interromper movimentos indesejados, tremores e rigidez. Os impulsos podem ser ajustados às necessidades do doente, melhorando notavelmente a sua qualidade de vida.

Esta cirurgia torna-se ainda mais segura e eficaz quando realizada num bloco operatório equipado com os mais avançados meios imagiológicos, como a neuronavegação e a imagem 3D intraoperatória, que permitem verificar a localização exata dos elétrodos cerebrais.

Como preservar a saúde do cérebro, ao longo da vida?
Apesar das mudanças naturais no cérebro com o avançar da idade, muitos idosos mantêm as suas habilidades funcionais, e o cérebro pode adaptar-se ao longo do tempo. Estimular a mente desde cedo, com aprendizagem contínua e atividades físicas e sociais, pode ajudar a retardar o declínio cognitivo.

À medida que a população envelhece, a prevenção e os hábitos de vida saudáveis, o diagnóstico precoce de doenças e o tratamento adequado, são fundamentais para a saúde do cérebro.
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