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2 novembro 2023
Texto de Telma Rocheta (WL Partners) Texto de Telma Rocheta (WL Partners) Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

«Digo na brincadeira que sou uma influencer sénior»

​​​​Exemplo de estilo de vida saudável, Helena Isabel​ escreveu um livro onde explica como mantém a paixão pela vida.

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Como começou a carreira de atriz?
Sempre tive um temperamento muito  artístico. Queria ser bailarina e tive aulas de balé, mas comecei a ficar ‘cheiinha’. Nessa altura os meus  pais  levavam-me  muito  ao  teatro e comecei a apaixonar-me, até porque já estava habituada ao palco por causa dos saraus de balé. Comecei a sentir necessidade de estar do outro lado. Fiz teatro  pela  primeira  vez aos 17 anos, com um papel pequeno na peça “Os Direitos das Mulheres”.

Como conseguiu essa oportunidade, sendo tão nova?
O meu pai era sócio de um grande empresário de teatro e eu pedi-lhe para me deixarem fazer um papelinho que fosse. Tive a sorte de estagiar com os melhores da época, que me ensinaram muito: o Ribeirinho, a Ana Isidro, o Henrique Santana, a Maria Helena Matos. Entretanto comecei a fazer teatro para televisão e depois surgiram as novelas.


A atriz gostaria de representar um papel de Tennessee Williams, um autor que cria personagens intensas

Ainda lhe falta fazer alguma coisa como atriz? 
Tanta coisa... Adorava fazer uma peça do Tennessee Williams, um autor que cria personagens muito ricas, com grandes conflitos interiores. E gostava de fazer mais cinema. Já fiz de tudo, menos rádio.

Tem também uma ligação à música...
O meu sonho era fazer teatro musicado, para aliar as duas coisas, mas naquela altura o teatro musical em Portugal era praticamente inexistente. Por isso comecei a aceitar convites para cantar e gravei discos. Mas chegou uma altura em que não dava mais para conciliar.

Mas acabou por casar com um músico, o Paulo de Carvalho.
Eu já era amiga dele, aliás participei num Festival da Canção em que o Paulo ganhou com o “E Depois do Adeus”.

Como convive com a imagem exuberante do seu filho Bernardo, que usa o nome artístico de Agir? 
Quando começou a fazer tatuagens até achei piada. Também eu tenho uma pequena, no ombro. Depois comecei a achar que era um bocado exagero e alertei-o para o facto de, se calhar, um dia se poder arrepender. Mas ele uma vez disse que esta é a maneira de se expressar. Fiquei sem argumentos e aceitei. Já me habituei a ver aquelas tatuagens todas. Atualmente há tanta gente tatuada que já nem é assunto.

Costuma ir aos concertos do seu filho?
Sempre que posso, quando são mais perto de Lisboa vou.

Um dia decidiu escrever um livro.
Foi um convite. Apeteceu-me dizer que não, porque não me considero escritora. Mas como era um livro diferente, em que ia falar muito das minhas experiências ao longo da vida, resolvi arriscar. Nem eu sabia que tinha aquela capa- cidade de escrever coisas que para mim foram importantes.

O título do livro, “A Idade Não Me Define”, parece um lema de vida para si...
As mulheres, de uma maneira ou de outra, foram prejudicadas toda a vida. E são mais ainda à medida que vão envelhecendo. Ninguém critica o cabelo branco do George Clooney. Mas se uma mulher tem o cabelo branco é desleixada e não se arranja. E cada vez vai sendo mais difícil ter trabalho, porque as mulheres são muito penalizadas pela idade, enquanto os homens trabalham até muito tarde.

No entanto, parece que nos últimos tempos se assiste a uma mudança. Por exemplo, as supermodelos voltaram a fazer capa da Vogue. A Isabella Rosselini, aos 71 anos, é capa da Vogue Itália.
É um movimento que está a tentar lutar por isso. Mesmo na publicidade vemos grandes marcas que escolhem mulheres mais velhas, até com 70 ou 80 anos. Nós não ficamos transparentes com a idade, mas é um bocado a ideia que há e que tem de ser ultrapassada.

Tem mais de 95 mil seguidores no Instagram. Considera-se uma influencer?
Sou atriz acima de tudo, mas digo na brincadeira que sou uma influencer sénior. As pessoas pedem uma opinião, às vezes até por mensagem privada, a perguntar o que faço, quais são os produtos que uso. Também foi um bocadinho por isso que escrevi o livro. Quis contar as minhas rotinas e as minhas escolhas, porque estavam sempre a perguntar.

Que uso faz das redes sociais?
Sou um bocado teenager nesse aspeto. As pessoas mais velhas estão cada vez mais agarradas às redes sociais. Eu não diria que estou viciada, mas vou ver quase todos os dias, até porque é uma forma de saber o que se passa no mundo.

Tem a imagem e energia de uma pessoa extremamente saudável e positiva. Qual é a sua estratégia? 
Várias coisas. Começa logo pela sorte de ter saúde, que é o mais importante. Tenho saúde para poder ir ao ginásio, tive saúde para poder viajar muito. Ter saúde é fundamental, mas cuidar dela também o é. Trato bem de mim, tomo vitaminas e cuido-me. O exercício é fundamental para nos mantermos ativos, para a flexibilidade, mobilidade. Toda a vida fiz exercício. Faço coisas que há uns anos nem as mulheres nem os homens da minha idade faziam. E tenho muito cuidado com a alimentação.


Faz pilates para a postura e musculação para manter a força. Em casa faz dieta, na rua permite-se algumas asneiras

Que exercícios faz e o que come?
Neste momento faço pilates, fundamental para a flexibilidade e postura. E faço musculação, porque é muito importante ter força. Quanto à comida, costumo dizer que em casa faço sempre dieta. Quando estou fora, faço umas asneiras. Não como carne vermelha nem bebo leite há muitos anos. Tento fazer uma alimentação mais à base de vegetais, legumes, fruta e carne de aves. Também tento cortar nas gorduras, nos hidratos de carbono.

Tem cuidados com o sono?
Às vezes não consigo dormir as oito horas de que preciso, mas tento ter uma boa higiene do sono. Quando era mais nova ouvia dizer que os velhos não precisam de dormir tanto, mas é mentira.


«Nunca me deito sem limpar muito bem a pele. Todas as manhãs aplico protetor solar, creme de olhos e hidratante»

Que cuidados tem com a sua imagem?
Não há milagres. Nunca me deito sem limpar muito bem a pele, nem que esteja super cansada. Todas as manhãs aplico protetor solar, creme de olhos e hidratante. É um ritual que faço em cinco minutos. E sou a cara de uma clínica de dermatologia, portanto faço alguns tratamentos. Tento fazer os meus próprios tratamentos em casa, mas quanto a isso já sou mais preguiçosa. Abuso do autobronzeador na cara, para não estar muito mais branca do que no corpo, porque acho que faz menos mal do que o sol, que pode provocar cancro de pele, o que é cada vez mais comum.

Tem alguma farmácia que frequente? E uma relação privilegiada com o seu farmacêutico?
Tenho duas farmácias. Uma perto da casa onde morei quase 30 anos. E aí a farmacêutica conhece-me há três décadas. É uma relação privilegiada, como havia antigamente nos bairros pequenos. Frequento outra mais recentemente e, lá está, as pessoas conhecem-me e até metem conversa.