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3 novembro 2022
Texto de Irina Fernandes Texto de Irina Fernandes Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

Desmistificar a depressão crónica

​​​Doença mental continua envolta em tabus, afiança João Barbosa.​

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« - ‘Oh, deixa lá isso agora. Está um dia tão bonito lá fora!’. Continua a ser comum ouvir esta reação de desvalorização perante alguém com depressão. Porém, é preciso lembrar que os depressivos não estão tristes porque querem!». 


É com um grito de alerta que João Barbosa, 52 anos, reforça a mensagem de que a depressão é uma doença mental e não uma escolha ou um estado de alma ocasional.«Quando se fala em doenças psiquiátricas ainda existe a ideia de que essas pessoas são maluquinhas, negligentes ou que não se querem deixar ajudar», frisa, enumerando alguns dos estigmas associados à doença. 

A depressão, considera o jornalista português, está ainda envolta em tabus e muitos conceitos errados os quais urge clarificar. «Um tabu que continua a permanecer é que o depressivo não é capaz de trabalhar e isso não é assim. Existem aqueles que são funcionais e, naturalmente, os que não», assinala. 

Autor do livro “A Esperança É Mesmo o Farol”, João Barbosa assume que dá a cara e fala de saúde mental para ajudar a desmistificar a doença. «Se, aqui e ali, formos somando testemunhos, isso irá ajudar a uma compreensão mais completa do que é a doença. Costumo recordar aquilo que sucedeu no que toca às doenças celíacas e à fibromialgia. Houve um tempo em que se dizia que as pessoas que tinham fibromialgia sentiam dor porque não queriam ir trabalhar. Felizmente, aquelas que tinham a doença começaram a assumir-se». 

Para João Barbosa, Portugal tem ainda um «longo caminho» a percorrer no que respeita à perceção e conhecimento do que é viver e conviver com depressão crónica.«Parece que somos obrigados a ser alegres. Porém, muitas vezes a biologia não deixa… O depressivo não foge da vida, foge da dor».
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