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8 junho 2018
Texto de Sónia Balasteiro Texto de Sónia Balasteiro Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes

Cidadão deve ser coprodutor da sua saúde

​​​​​​​​Francisco George defende cidadãos mais informados.

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Durante a Convenção Nacional da Saúde, na Culturgest, Francisco George e Alberto Caldas Afonso insistiram na necessidade de o cidadão estar efectivamente no centro dos cuidados de saúde, devendo ser empoderado.

Na opinião de Francisco George, da Cruz Vermelha, o encontro “As Políticas Públicas de Proximidade: o Doente no Centro da Prestação de Cuidados de Saúde” deveria referir não o doente, mas «o cidadão no centro dos cuidados». «Num novo paradigma onde as prestações de cuidados são conduzidas em regime de co-produção, os cidadãos têm de saber como proteger-se dos riscos. Trata-se de uma co-produção dos resultados em Saúde», sublinhou o antigo director-geral da Saúde. 

Francisco George insistiu também na necessidade de acabar com as clivagens entre pessoas com mais e menos capacidades financeiras no acesso à saúde, garantindo a equidade. 

Outra questão premente do sector é a mudança na pirâmide geracional, disse também Alberto Caldas Afonso, da Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras. «Pela primeira vez, em 2015, o número de crianças com menos de cinco anos é inferior ao número de pessoas com mais de 65 anos. A partir daí, começamos com uma lógica de diminuição da população. Menos 60% dos nascimentos entre 1960 e 2016», explicou.

Enaltecendo a criação da rede de cuidados continuados em 2006, o responsável apelou à criação estratégica de um plano individualizado, gerido por um gestor do doente. «Um gestor da família que, em articulação com o doente e com a família, possa estabelecer o plano individual para aquele doente», concluiu.

E o cidadão é o principal valor da Saúde, transversal a toda a economia. O antigo bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Carlos Maurício Barbosa, lembrou, a propósito do Valor Económico da Saúde, que este sector representa 5% do PIB e emprega 5% da população activa. «Estas mesmas empresas são também os grandes financiadores do SNS, ficando muitas vezes estranguladas com este financiamento», afirmou.

«A atracção de investimento estrangeiro deve ser o nosso objectivo», considerou o responsável, concretizando com o desejo de vinda de centros de investigação internacional.
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