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30 novembro 2023

Calma! Pode ser só febre

​​​​Nem sempre a temperatura é motivo de preocupação excessiva. Siga a regra dos três dias.​

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Texto de Jéssica Sousa | Pediatra, Clínica CUF Alvalade e Hospital CUF Descobertas

A febre é um dos principais responsáveis pela procura de assistência médica, em urgência e em consulta de pediatria. É um sintoma comum, pelo que é importante perceber porque surge e quais os sinais de ala​rme a ter em conta.

A temperatura corporal pode oscilar entre os 36º e os 37,5ºC, ao longo do dia. Considera-se febre a elevação da temperatura corporal 1ºC acima da temperatura média habitual.

A febre pode surgir em resposta a várias situações como infeções, reação a medicamentos ou vacinas, doenças não-infeciosas ou queimaduras solares. É um mecanismo de defesa do organismo e uma das primeiras barreiras contra a inflamação e infeção, contribuindo para diminuir o crescimento e a proliferação de bactérias e vírus. O tratamento da febre não tem como objetivo a normalização da temperatura corporal, mas aliviar o desconforto da criança.

Em idade pediátrica, cerca de 95% dos episódios de febre são causados por infeções benignas, na sua grande maioria virais. Estima-se que 5% decorra de doenças potencialmente mais graves, situação em que habitualmente estão presentes outros sintomas.

A maioria dos episódios de febre são auto- limitados, com duração média de quatro dias, no entanto, até 30% podem durar cinco dias ou mais. Frequentemente, aconselha-se a observação médica após três dias de febre. Sempre que haja sinais de alarme justifica-se o recurso precoce ao pediatra, designadamente se a criança tem menos de três meses, ou tem uma doença crónica grave; febre igual ou superior a 40ºC; sonolência excessiva ou incapacidade de adormecer; irritabilidade ou gemido contínuo; convulsões; manchas na pele nas primeiras 24 horas de febre; respiração rápida e cansaço; vómitos repetidos e/ou associados a mal-estar, dor de cabeça; recusa em comer por mais de 12 horas.

Além destes sintomas, é importante consultar o médico sempre que a febre dura mais do que cinco dias, ou se houver um reaparecimento após dois ou três dias.

Se a criança fica bem-disposta quando a febre baixa, brinca, come razoavelmente e não tem sinais de alarme, deve manter-se a vigilância. Ofereça líquidos, adeque o vestuário à sensação de frio ou calor e dê a medicação segundo a indicação do pediatra.

É fundamental que os pais e familiares tenham em conta que a repercussão da febre no estado geral da criança e a presença de sintomas preocupantes são fatores mais relevantes para avaliar a gravidade da doença, do que o valor da temperatura ou a duração da febre. Sempre que houver sinais de alarme, não hesite em consultar o pediatra.​
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