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6 julho 2018
Texto de Vera Pimenta Texto de Vera Pimenta Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

Aventuras no desporto

​​​​Ser triatleta federada com doença de Crohn pode não ser tarefa fácil, mas para Cláudia Pernencar nada é impossível.

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Com um historial desportivo admirável, para esta triatleta o desporto é um estilo de vida. Depois de ter sido diagnosticada com doença de Crohn, durante a fase mais crítica abdicou de grande parte da actividade física a que estava habituada. «Tinha as articulações inchadas, muitas dores e uma grande distensão do abdómen», conta. «Com vinte e poucos anos eu andava sistematicamente cansada».

«Assim que recuperei, voltei a estas actividades competitivas, que é aquilo que me seduz bastante», recorda, bem-disposta. Há quatro anos surgiu a oportunidade de praticar triatlo federado – um desafio que Cláudia abraçou de imediato. «Eu costumo dizer que sou uma vendida para o desporto», brinca. 
A rotina de exercício é intensa, embora seja condicionada pelo trabalho e pela vida pessoal. «Sete dias por semana é o ideal a nível de treino, mas nem sempre consigo», explica a triatleta, acrescentando que treina com maior regularidade nos períodos de preparação para provas. Faça chuva ou faça sol, os seus treinos de eleição são no exterior: «Gosto imenso de correr com a chuva a cair pelo corpo abaixo. É uma sensação espectacular», afirma Cláudia. 

A doença pode ser um entrave, mas o importante é adaptar-se às circunstâncias. Há uns anos, participou na Maratona de Sevilha. «Lembro-me que a partir dos 10km foi um massacre total a nível de idas à casa de banho», recorda, entre risos. Parou várias vezes durante a prova mas nunca perdeu o foco na meta: «Bebia água, descansava um bocadinho e voltava».

Para a atleta, o segredo é olhar para a vida de forma positiva, evitando focar-se nos aspectos mais dolorosos e inconvenientes da doença. Mas nem sempre é fácil. «Não vou mentir, eu tenho dores, obviamente», assume Cláudia. E dá um exemplo: «Há alturas em que faço provas e sinto muito frio, principalmente a nadar». Recentemente, numa prova de triatlo em Setúbal, viu-se obrigada a fazer uma pausa de 10 minutos depois de sair da água: «Eu estava gelada, não conseguia reagir», conta. Embora a força de vontade seja fundamental, Cláudia admite que há situações mais difíceis de ultrapassar. «Mas com um bocadinho de paciência consegue-se», diz, com confiança.

 

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