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4 março 2020
Texto de Sónia Balasteiro Texto de Sónia Balasteiro Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes

Autocolantes de segurança

​​​​​​A farmácia não dá por concluído o seu trabalho no momento da dispensa. ​​​​​​

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Farmácia​ Ereirense - Ereira, Cartaxo

«Olá senhor Francisco, como está?», cumprimenta Sara Ramos, directora-técnica da Farmácia Ereirense, em Ereira, no concelho do Cartaxo. O utente devolve-lhe o sorriso, a afugentar o frio da rua. Dentro da farm​ácia consegue-o: o ambiente e as palavras trocadas com os profissionais de saúde aquecem-lhe a alma.


Chegou aos 88 anos «sem problemas de maior». Orgulha-se, por exemplo, de ainda cultivar a sua horta. E agradece aos farmacêuticos por isso. 


Francisco, 88 anos, agradece a farmácia viver no dia-a-dia «sem problemas de maior», apesar da diabetes e do colesterol

Aqueles profissionais de saúde explicaram-lhe a importância de tomar sempre, a horas certas, os medicamentos para a diabetes e para o colesterol. Também lhe facilitam a vida ao colocar nas caixas dos comprimidos etiquetas a indicar como e quando tomá-los. «Felizmente, vai sempre um papelinho com as coisas bem explicadas. Tenho tudo controlado», diz ele. Quando surgem dúvidas, esclarece-as na farmácia. 

Ajudar os utentes a perceber a importância de seguir a medicação é um trabalho diário na Farmácia Ereirense. 

Aldeia pequena de casas térreas, perdida no Ribatejo, Ereira, unida em freguesia à vizinha Lapa, tem uma população sobretudo idosa. «Cada vez mais», lamenta a directora-técnica. Por isso, as etiquetas de posologia autocolantes, emitidas pelo sistema informático, tornaram-se uma ferramenta preciosa para a adesão à terapêutica. «Usamos bastante», refere a farmacêutica.

As etiquetas com instruções sobre as horas e a forma certas de tomar os medicamentos são coladas nas embalagens. São escritas em letra de computador, o que evita as confusões e os borrões da letra manuscrita. Um dos primeiros dados é o nome do doente a quem se destina cada embalagem, o que evita trocas de medicamentos em casa. Quando se trata de um casal, por exemplo, existe sempre esse risco. «Facilita-lhes a vida», considera a farmacêutica. 

Os utentes agradecem e pedem à equipa para recorrer sempre ao mesmo sistema, no âmbito de um serviço inovador chamado MED180°. A farmácia não dá por concluído o seu trabalho no momento da dispensa. Este programa facilita o acompanhamento da adesão de cada doente às indicações do médico. «Conseguimos identificar se estão ou não a fazer a medicação e retiramos muitas dúvidas», conta Sara Ramos.  

Além dos cerca de 600 habitantes de Ereira, a farmácia serve também as vizinhas Pontével, onde fica o centro de saúde, Maçussa, Lapa, Vale da Pinta e Manique do Intendente. Farmácia antiga, mantém uma relação bastante próxima com os utentes. 


Quando a tensão arterial do marido se descontrola, Susana Nogueira liga para a farmácia

Os profissionais de saúde da farmácia «são parte da família», diz Susana Nogueira, de 69 anos. 

É a principal cuidadora do marido, José Manuel Nogueira, de 81 anos. Vem de Maçussa, a cerca de um quilómetro de Ereira, buscar a medicação.  Com uma depressão crónica e um tumor na próstata, ele toma vários medicamentos. «Começa logo com seis ao pequeno-almoço, depois são três ao almoço, um ao lanche, ao jantar são três e ao deitar são mais quatro medicamentos diferentes», descreve Susana. Para não perder o fio à meada, agradece o apoio dos farmacêuticos. «É uma ajuda preciosa. Eles colocam os rótulos nas embalagens e eu faço a separação». 

Felizmente, e após experimentar três medicações diferentes, o tumor na próstata está controlado. «Tem de tomar o comprimido toda a vida para estar bem», conta a companheira. Quando tem alguma dúvida, por exemplo, «quando a tensão arterial varia» e não sabe se pode dar determinado medicamento, Susana telefona para a farmácia. 

João e Maria Irene Vieira, de 74 e 65 anos, respectivamente, são também utentes da Farmácia Ereirense há «muitos anos». Ambos têm várias doenças crónicas, por isso são visita habitual. 

Ele tem diabetes, colesterol, hipertensão e ácido úrico elevado. Também tem problemas no esófago. É acompanhado em cardiologia e fez um cateterismo. «Tenho de tomar muitos medicamentos», conta João. Ainda em jejum, toma um para a tensão arterial, outro para o esófago. À noite, para controlar o ácido úrico, colesterol e diabetes. A meio, uma Aspirina. Não trocar tudo pode salvar-lhe a vida.

Leva sempre da farmácia tudo muito bem explicado: «Eles estão sempre disponíveis, a cem por cento. E põem autocolantes a explicar como tomar. Às vezes, o médico esquece-se, e eles deixam tudo na embalagem. Ajudam-me a não confundir», relata João Vieira. ​

Maria Irene também agradece o apoio. Toma, sobretudo, medicação «para os nervos». E não só. De manhã, precisa de um comprimido para a tensão arterial e também de um diurético. À noite, faz um para o colesterol, outro para a tensão arterial e três para a depressão crónica de há vários anos. 

O casal renova sempre as suas receitas na Farmácia Ereirense. Se houver confusão, vêm à farmácia. Já, por várias vezes, Maria Irene teve dúvidas na prescrição, sobretudo quando muda de medicação. «Venho do médico e pergunto-lhes. Eles esclarecem na boa». 

Como as embalagens trazem etiquetas com o nome de cada um, Maria Irene e João não confundem os medicamentos. «Eles conhecem-nos bem. São como família». 


A farmácia ajuda Victor Santos a tomar sem erros medicamentos diários para a hipertensão, colesterol, pré-diabetes e síndroma vertiginoso

Isabel Pimenta, de 61 anos, e Víctor Teixeira Santos, de 64, sentem o mesmo. Víctor soma problemas crónicos de saúde: hipertensão, colesterol, pré-diabetes, problemas cardíacos. Recentemente, também teve síndroma vertiginoso. «Tenho de tomar bastantes medicamentos. Mas eles põem tudo: como e quando tomar». 

Isabel diz sentir-se em família na farmácia. É o sentimento comum. O que leva o senhor Francisco, quando tem dúvidas, a visitar os profissionais de saúde em vez de lhes ligar por telefone. É sempre bom ver os nossos.


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