É a preto e branco que Maria Fernanda Banha conta a história da primeira farmácia de Moscavide (Lisboa), da qual é diretora técnica. Num molho de fotografias, vai resgatando uma mão-cheia delas. Primeiro, uma do avô que fundou a farmácia; depois, muitas outras sobre os primeiros tempos de serviço.
Foi a 17 de julho de 1917 que o avô, José Francisco Banha, abriu as portas da farmácia. «Era um homem espantoso. Veio para aqui porque tínhamos aqui gente conhecida».
Não só não havia nenhuma farmácia em Moscavide, como também não existia qualquer hospital. A Farmácia Banha veio pôr fim a essa lacuna que dificultava o acesso da população à saúde. «Estávamos sempre de serviço, era permanente. Havia uns três ou quatro médicos em Moscavide, e muitas vezes nem era preciso ir à procura deles, porque estavam na farmácia a conversar», diz.
Bastava as pessoas dirigirem-se à farmácia e eram logo servidas. «Era de médico, de medicamentos, estava tudo resolvido», recorda.