Mafalda Manata foi uma das três primeiras alunas do Clube de Vela e Canoagem de Montargil. Começou aos 11 anos, após ser seleccionada entre as melhores alunas da escola básica de Montargil. Três anos depois é monitora. Sempre que pode, vem «ajudar os meninos que estão a aprender». Foi o primeiro passo de um projecto que nasceu de uma perplexidade: «Como é que uma albufeira destas só tinha barcos a motor?», perguntaram-se Maria do Rosário Martins Alves e o marido, quando em 2008 abandonaram definitivamente Lisboa para morar em Foros do Mocho, numa das margens da albufeira. Na memória traziam os fantásticos dias a velejar em Montargil, nos anos 80.
O projecto foi crescendo a pouco e pouco, em 2017 ganhou estrutura quando o município adquiriu as embarcações e a Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sorraia, que gere a albufeira, cedeu as instalações construídas nos anos 50 para apoiar a construção da barragem, para o clube guardar os equipamentos.
O Clube de Vela e Canoagem está vocacionado para os estudantes de Montargil e Ponte de Sor, proporcionando-lhes cursos de iniciação de dez horas (duas teóricas e oito práticas), após o que passam para o treino e depois para o aperfeiçoamento. «A partir daí estão autónomos e iniciam a vela lúdica», explica Maria do Rosário. Vários adultos de Santarém, Sardoal e Lisboa vêm também praticar ao fim-de-semana. O projecto tem apoio camarário: os participantes só pagam o seguro e as quotas de sócio da associação Nova Cultura, que administra o clube.