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4 dezembro 2021
Texto de Jaime Pina (Fundação Portuguesa do Pulmão) Texto de Jaime Pina (Fundação Portuguesa do Pulmão)

Alerta amarelo: pulmões em risco

A vacina salva.​​​​

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Com o tempo frio reaparecem as infecções do aparelho respiratório. Todas as áreas podem ser afectadas: os seios perinasais, os brônquios, a laringe e a traqueia. As pneumonias, infecções do pulmão profundo, destacam-se pela sua gravidade. É nesta parte do pulmão que o sangue se enriquece com o oxigénio, elemento essencial ao normal funcionamento das células de todo o corpo. Quando essa função está comprometida, poderá ser incompatível com a vida. É essa a principal razão porque têm morrido tantas pessoas com a pneumonia da COVID-19: os pulmões afectados não conseguem atingir os níveis de oxigénio necessários à vida.

Portugal é um dos países europeus onde mais se morre de pneumonia, a taxa de mortalidade é quase o dobro da média da União Europeia. 

Nos últimos seis anos registaram-se, em média, 5.100 óbitos anuais devido a esta infecção. Em cada 90 minutos morre um português por pneumonia, doze vezes mais do que as vítimas de acidentes rodoviários.

Perante este cenário, uma pergunta surge como óbvia: porquê esta situação? A resposta tem várias componentes. Vejamos algumas que são conhecidas.

Em primeiro lugar, a população idosa. Somos dos países europeus mais envelhecidos: um em cada quatro portugueses tem mais de 65 anos (2.300.000). É nesta idade que as pneumonias são mais frequentes, mais graves e mortíferas. Por isso é tão importante ter esta faixa da população imunizada com a vacina antipneumocócica, vulgarmente chamada de “vacina da pneumonia”. A vacina confere imunidade contra as principais bactérias responsáveis por esta infecção, os pneumococos. Apenas 40 por cento deste grupo está vacinado, pelo que deve ser feito um grande esforço informativo para se vacinarem.

Outros factores têm a ver com características sociológicas: pobreza, iliteracia em saúde e más condições de vida. Apesar dos indiscutíveis avanços sociais nas últimas décadas, 20 por cento da população (cerca de dois milhões de pessoas) continua a viver no limiar da pobreza. Esta situação tem consequências ao nível da saúde: deficientes condições higiossanitárias, má alimentação, estilos de vida não saudáveis. Muitos doentes não adquirem os medicamentos prescritos pelo médico, por falta de disponibilidade económica. Vivem em casas frias, húmidas, insalubres e poluídas, condições propícias às pneumonias.

Outra causa é a dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Quanto mais tempo mediar entre o início da doença e o seu tratamento, pior é o prognóstico.

Na sua forma clássica, uma pneumonia manifesta-se por febre (quase sempre elevada), tosse com expectoração de cor (por vezes com sangue) e dor tipo pontada, definida como uma dor torácica localizada que aumenta com os movimentos respiratórios. Se tiver estes sintomas não hesite: recorra a um serviço de saúde. Terá de ser observado por um médico, fazer análises e realizar uma radiografia do tórax.

E, já agora, para evitar uma situação como esta, vacine-se contra a pneumonia. Pela sua saúde!
 
VACINA MAIS BARATA PARA MAIORES DE 65 ANOS

O Governo aprovou um regime excepcional para promover a maior adesão de pessoas mais velhas à vacina contra a pneumonia, de compra nas farmácias. Os utentes abrangidos devem pedir ao médico que passe a receita com a identificação expressa da Portaria n.º 200/2021, de 21 de Setembro. A vacina antipneumocócica é indicada também a pessoas com risco acrescido de desenvolver pneumonia, com uma comparticipação de 37 por cento, abaixo dos 65 anos.
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