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3 setembro 2021
Texto de Jaime Pina (médico, Fundação Portuguesa do Pulmão) Texto de Jaime Pina (médico, Fundação Portuguesa do Pulmão)

Agenda respiratória para o Outono

​Prepare-se para o tempo frio e saiba como prevenir as doenças respiratórias.

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Com o fim do Verão surgem novos desafios que obrigam os doentes respiratórios a aumentarem os cuidados. E definem-se duas dimensões.

A primeira dirige-se aos doentes alérgicos. O aumento da humidade que caracteriza o Outono favorece a multiplicação dos ácaros do pó da casa, dos fungos e dos pólenes, aumentando a sua concentração no ar ambiente. Os doentes sensíveis a estes alergénios têm de adoptar as necessárias medidas preventivas e medicamentosas para controlo das suas doenças respiratórias: estamos a falar sobretudo da rinite e da asma brônquica.

A outra dimensão tem a ver com as doenças infecciosas do aparelho respiratório, que têm o seu pico nas estações mais frias do ano. É no Outono e no Inverno que a gripe e as pneumonias têm maior incidência, daí que medidas preventivas sejam obrigatórias. É o tempo das vacinas contra essas infecções.

A vacina contra a gripe tem de ser feita anualmente, atendendo às frequentes mutações dos seus vírus. Tem como principais destinatários as pessoas imunologicamente mais frágeis: com doenças crónicas, com problemas de saúde que impliquem baixa das defesas imunitárias e, sobretudo, os idosos; para estes, a vacina é gratuita. Em alguns concelhos do país a vacina pode ser administrada gratuitamente aos idosos nas farmácias, aliviando os serviços de saúde para outras tarefas mais complexas.

A segunda vacina respiratória é a antipneumocócica, que confere protecção contra várias estirpes de pneumococos, as bactérias responsáveis pela maioria das pneumonias; é por isso que esta vacina é vulgarmente identificada como a vacina contra a pneumonia.

No nosso país a vacina antipneumocócica é de crucial importância, já que, no contexto euro- peu, somos um dos países com maior incidência de casos de pneumonia. As autoridades de saúde definiram três grupos de pessoas a quem a vacina deve ser administrada: crianças, pessoas com doenças crónicas e pessoas com doenças depressoras da imunidade. Para algumas destas pessoas a vacina é gratuita, como acontece com as crianças, os doentes com cancro, com sida ou outras doenças da imunidade, transplantados ou doentes sem baço.

Porém, há um quarto grupo de pessoas a quem esta vacina deve ser administrada ― as pessoas com idade superior a 65 anos. É neste grupo demográfico que se registam os mais elevados níveis de incidência, hospitalização e mortalidade por pneumonia.

A Fundação Portuguesa do Pulmão tem solicitado às autoridades de saúde que, tal como acontece com a vacina da gripe, a vacina antipneumocócica seja administrada gratuitamente aos idosos.

Uma palavra ainda para aqueles doentes que durante toda a estação fria sofrem de infecções respiratórias recidivantes, como sinusites, faringites, bronquites e bronquiolites.

Estes doentes, para além da adopção de medidas de higiene e de modelos de vida saudável, ganham em fazer fármacos que estimulam as suas defesas. Muitos desses medicamentos são produtos naturais, à venda em farmácias, (equinácea, própolis, vitaminas e antioxidantes), outros, com efeitos cientificamente validados, são lisados ou fragmentos das principais bactérias responsáveis por essas infecções.

Não se esqueça: está a chegar o Outono e com ele o tempo frio, com as suas características infecções respiratórias. É tempo de se preparar para as evitar.
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