«Há tanto por dizer…Temos tempo para isso [risos]?». É com humor que Igor Raevski, 34 anos, reage quando questionado a falar sobre a qualidade e eficiência das acessibilidades existentes no país para pessoas com mobilidade reduzida.
Dirige, num primeiro momento, palavras de análise ao setor da restauração.
«Ao nível de acessos, rampas, casas de banho, especialmente ao nível de restaurantes, nós pagamos o mesmo, não temos descontos de nada… Muitas vezes entramos pelas portas das traseiras porque a porta de entrada não é acessível…», aponta relembrando de que «nós pagamos o mesmo e gostamos de entrar pela porta principal».
Para o técnico de informática é importante existir fiscalização pois, acredita, que «enquanto não houver fiscalização não vai haver melhorias de acessibilidade em Portugal».
«Há legislação para isso, mas não há fiscalização. De que vale ter legislação se não há fiscais para verificar se realmente as coisas foram bem feitas?», comenta.
Considera ainda ser igualmente importante ouvir a opinião de quem vive com mobilidade reduzida.
«Quando constroem coisas supostamente acessíveis, acho que deveriam consultar alguém que sabe o que isso significa evitando construir algo mal e, posteriormente, voltar a gastar dinheiro com isso», sugere.