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3 julho 2025
Texto de Marta José Santos | WL Partners Texto de Marta José Santos | WL Partners Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro Vídeo de Rodrigo Coutinho Vídeo de Rodrigo Coutinho

«Viver com saúde e estilo é possível»

​​​​Fátima Lopes é sinónimo de elegância e determinação. Aos 60 anos, a estilista partilha os segredos do seu bem-estar físico e emocional.​

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Como cuida da sua saúde no dia a dia? 
Não há milagres. Há já muitos anos que cuido de mim da melhor maneira que sei, sem ser radical. Faço exercício físico, cortei fritos, gorduras, açúcar. Tento não comer hidratos à noite. Mas também não sou fundamentalista; ao fim de semana permito-me alguns prazeres. Durante a semana sou mais rigorosa. O pequeno-almoço é sempre muito cuidado: aveia, fruta, iogurte, frutos secos. Ao jantar, então, tenho mesmo muitos cuidados. Isso faz diferença. Ter cuidados de forma contínua, ao longo do ano, é fundamental.
 
Faz algum tipo de suplementação?
Sim. Tomo bastantes suplementos vitamínicos. Faço exames uma vez por ano e, se algo estiver em falta, suplemento. Felizmente, os meus exames mais recentes estavam todos bem. Acho que estou a fazer as coisas certas.

Faz alguma atividade física?
Vou ao ginásio. Gosto de levantar pesos, mas aprecio sobretudo os exercícios que moldam o corpo. E, sim, sou um bocadinho vaidosa, acho que é fundamental. O nosso esqueleto precisa de músculo para se aguentar.

E tem alguma rotina que não dispensa?
O pequeno-almoço é essencial. Faço ginásio duas vezes por semana, no máximo. O que é mesmo diário é a alimentação cuidada; durante a semana sou rigorosa. Nunca fumei um cigarro na vida e não gosto de álcool, só bebo um copo de vinho de vez em quando ao jantar. Talvez por isso, manter hábitos saudáveis nunca foi difícil para mim.


A estilista não dispensa o exercício físico e uma alimentação regrada

Há algum alimento que considere essencial ou que substituiu por razões de saúde?
Substituí todos os derivados do leite de vaca por produtos de cabra, porque os de vaca me faziam muito mal. A diferença é enorme. Desde os iogurtes, à manteiga, ao leite, aos queijos… Adoro queijos, e os de cabra são maravilhosos. De resto, como quase tudo, mas não gosto de gorduras nem enchidos.

Com uma agenda tão exigente, como organiza a alimentação?
Instituí nas minhas empresas algo muito giro: almoço com as equipas todos os dias. Uma pessoa cozinha e as outras ajudam. Cria-se um ambiente de equipa fantástico e come-se comida muito saudável. Ao jantar sou eu quem cozinha, e é aí que me torno ainda mais rigorosa. Como diz o ditado: pequeno-almoço de rei, almoço de príncipe e jantar de pobre.

Acha que existe uma ligação entre moda e saúde? 
Gostava de dizer que sim, mas acho que a saúde é transversal. A moda procura um ideal de beleza, e a obesidade não é saudável, mas o aspeto físico nem sempre reflete a saúde. No entanto, gosto de pensar que a minha profissão pode ajudar na autoestima. Um vestido bonito pode mudar o estado de espírito de uma pessoa. Há quem se sinta incomodado o dia inteiro por estar mal vestido. E a moda pode ajudar.


Fátima Lopes sempre se destacou por ser diferente, com um estilo muito próprio e sem medo de arriscar

Sente que o seu trabalho promove a autoestima? 
Quando desenho, penso em valorizar quem me procura. Muitas vezes recebo pessoas que dizem “já não tenho as medidas certas” ou “já não sou nova”. Mas a moda é para todos. E fico verdadeiramente feliz quando consigo mostrar isso a alguém que se olha ao espelho e se sente maravilhosa. É talvez o lado mais bonito da minha profissão.

Então a moda pode mesmo ser um “comprimidinho” para o bem-estar?
Nunca tinha ouvido essa expressão, mas adoro. Que espelho espetacular! É mesmo um comprimidinho para o bem-estar!

Considera que os criadores de moda estão sujeitos aos mesmos padrões de beleza que os modelos? 
A maior parte dos criadores não se preocupa com isso. Mas a moda mudou. Hoje, já vemos modelos mais altos, mais baixos, mais magros, mais velhos, e isso traz uma beleza diferente. A moda é feita para pessoas reais, e é por elas que trabalhamos.

O glamour é compatível com um estilo de vida saudável?
Acho que sim. Ninguém acorda maquilhado e impecável, mas é possível ser saudável e glamoroso.


Com uma longa carreira além-fronteiras, a estilista já protagonizou vários desfiles na Semana da Moda de Paris

Como lida com a crítica, especialmente hoje em dia, em que há tanta opinião nas redes sociais?
Eu nunca me preocupei muito com as críticas. Tive a sorte de conviver com uma realidade diferente: Paris, onde quem assistia aos desfiles era profissional de moda, com legitimidade para criticar. E eu sempre fui bem recebida lá. Fui sempre diferente, com um estilo próprio. Nunca copiei ninguém.

Hoje, já não tenho de provar nada a ninguém. Desenho com liberdade. Conheço o meu público, sei o que ele quer. Nunca fiz nada para agradar a toda a gente; isso não existe.

Esse é o segredo da saúde mental de um estilista?
 Ajuda muito ser dona do meu próprio negócio. Não trabalho para nenhuma multinacional, não tenho de apresentar números a ninguém. Isso muda tudo. Tenho liberdade. Trabalho com prazer e gosto. É uma realidade completamente diferente de, por exemplo, um estilista da Dior, que vive com uma pressão brutal.

O que significa viver com saúde e estilo?
Significa conseguir encontrar esse equilíbrio. Sentirmo-nos bem connosco próprios, com aquilo que fazemos. Estarmos felizes com o nosso trabalho e fazermos felizes as pessoas que estão à nossa volta. Porque ninguém é feliz sozinho.

 

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