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25 fevereiro 2021
Texto de Rita Antunes (psicóloga clínica e educacional) Texto de Rita Antunes (psicóloga clínica e educacional)

Vamos brincar

​​​​​​O confinamento pode ser uma oportunidade para a família fazer actividades dentro e fora de casa.​

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​A COVID-19 e o confinamento podem afectar o estado de espírito das crianças. Muitos pais sentem os filhos mais tristes, ansiosos e com noites agitadas. Entre os mais pequenos, aumentou o número de horas agarrados aos videojogos, à televisão e aos tablets, substitutos de actividades desportivas e do convívio com amigos. Há alguns sinais visíveis a que deve estar atento, como alterações nas emoções e no com​portamento:  

Em crianças até aos dez anos: 
  • Alterações no humor e no comportamento, como revelarem-se zangadas, agitadas e com menor autonomia ou maior dependência dos adultos. 
  • Mudança nos padrões de sono, obrigando à intervenção dos adultos, pela necessidade de dormirem, ou pelo menos de adormecerem, acompanhadas. 
  • Dificuldades ao nível da socialização, como na partilha de objectos e na capacidade de resolução de conflitos entre irmãos. 
  • Não aceitar alterações na rotina ou querer mudar o que antes lhes dava prazer. 

Em pré-adolescentes e adolescentes (dos dez aos 16 anos): 
  • Maior irritabilidade, agitação, inquietação, isolamento, tristeza excessiva. 
  • Queixas físicas frequentes. 
  • Alterações nos padrões de sono, com dificuldades em adormecer ou acordar, despertar e agitação nocturna. 
  • Dificuldades no contexto escolar, que se podem manifestar na diminuição do rendimento escolar, dificuldade de atenção, concentração e de memória. 
  • Perda de apetite, ou aumento brusco de peso. 
  • Consumo de álcool ou drogas. 
  • Automutilação. 
  • Pensamentos ou verbalizações sobre morte e perda. 
  • Falta de esperança no futuro com base em sensações de inutilidade e autocrítica. 
  • Perda de interesse por pessoas e actividades anteriormente apreciadas. 


​Para além da ajuda profissional, há estímulos para melhorar a saúde mental em pequenos e graúdos. Hábitos de vida saudáveis, actividade física regular (andar a pé ou de bicicleta, correr, jogar à bola, dançar), dieta equilibrada e boa higienização do sono. É positivo manter as rotinas familiares ou criar rotinas novas. Por exemplo, fazer voluntariado em família, reservando sempre tempo livre para hobbies de que se goste. Os pais têm de negociar regras e limites em família, para diminuir a tensão. 

A partilha de emoções e sentimentos positivos e negativos ajuda ao desabafo. Para os mais pequenos, uma boa estratégia é promover a conversa e o desabafo através de histórias, desenhos e jogos de palavras. Com os mais velhos, é mais eficaz partilhar experiências diárias à refeição. Permitir interacções sociais com familiares e amigos online, de forma a diminuir a sensação de isolamento, é outra estratégia que gera sentimento de pertença, tão importante para todas as pessoas. 

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