José Perdigão sempre quis ser arquitecto. «E por isso sou», solta, com entusiasmo. A paixão pelos vinhos esteve escondida nas suas raízes viseenses até 1997. Nesse ano, aconselhado por um amigo, arriscou-se pelos caminhos da vinicultura – e nunca mais voltou atrás.
Com os franceses aprendeu a melhor técnica para plantar as videiras: de Norte para Sul. «Assim, toda a vinha é penteada pela acção do vento». Ao longo dos sete hectares de vinha biológica, a plantação é de grande densidade, exigindo um trabalho contínuo por parte de toda a equipa.
A verdadeira adega começa numa pequena caixa de uvas, provadas à noite, no escuro. «Assim temos a certeza de que escolhemos a melhor uva e não a mais bonita». Se alguma estiver no ponto, de manhã há vindima.
Na Quinta do Perdigão produz-se vinho do Dão a partir de cinco emblemáticas qualidades de uva tinta: Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz, Aragonês e Jaen. Para os fãs de vinho branco, há ainda o Encruzado, característico da região. Cada casta tem a sua história, origem e percurso, concedendo aos vinhos sabores únicos e inimitáveis.
Para o produtor José Perdigão, a produção de vinho é uma arte que celebra e respeita a natureza. As serras altas em redor protegem as vinhas. As noites frias preservam os aromas da fruta. O solo granítico é responsável pela frescura. «O resultado é um vinho extremamente aromático e expressivo», afirma o arquitecto de 64 anos.
Aos tão premiados vinhos da Região Demarcada do Dão, juntam-se rótulos artísticos assinados pela esposa, a artista plástica Vanessa Chrystie. Desde pormenores dos seus quadros a obras em homenagem à natureza, a cada ano é em família que se decide os temas que melhor combinam com os vinhos – e com a vida.
Para conhecer mais desta história, peça a #RevistaSaúda deste mês na sua farmácia.