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30 setembro 2021
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes Vídeo de André Torrinha Vídeo de André Torrinha

Uma casa, nova vida

O sentimento de segurança gerado pela casa ajuda a traçar objectivos para o futuro.​

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As pessoas em situação de sem-abrigo ocupam o dia-a-dia a lutar pela sobrevivência: encontrar um local para pernoitar, alimentar-se, cuidar da higiene. «Quando estas necessidades estão asseguradas, que é o que uma casa promove, a pessoa pode começar a investir noutros aspectos da sua vida», explica Cristiana Merendeiro, coordenadora do “É UMA CASA, Lisboa Housing First”. O projecto foi iniciado em 2013 na Mouraria, em Lisboa, com sete casas, hoje conta com 120 habitações. Das 110 pessoas integradas, 90 por cento não regressaram à situação de sem-abrigo.  

Ao sentirem-se seguras e apoiadas, as pessoas começam a investir na higiene e imagem, passam a cozinhar, aderem a apoios sociais, vão às consultas e tomam a medicação, o que contribui para a estabilidade. A partir daqui é possível sonhar mais alto. Muitos recuperam laços com a família, criam novos com os vizinhos, começam a estudar, às vezes integram-se no mundo laboral.  

A metodologia Housing First é norte-americana, dos anos 90, e tem sido implementada com sucesso em diversos países da América do Norte e Europa. Chegou a Portugal em 2009 e a CRESCER – Associação de Intervenção Comunitária começou a aplicá-la em 2013, ajustada à população com quem trabalha: pessoas em situação de vulnerabilidade e que consomem substâncias psicoactivas.  

As casas são alugadas pela CRESCER, com financiamento da Câmara Municipal de Lisboa e do Instituto da Segurança Social. Mas o projecto vai muito além da simples entrega de uma chave. Os novos inquilinos são acompanhados por uma equipa especializada que os visita semanalmente e apoia nos seus objectivos. Desde a higiene da habitação, higiene pessoal, ida às compras, informação sobre os serviços da comunidade, até à facilitação de actividades de cariz formativo, ocupacional ou laboral. «Os técnicos gestores são facilitadores na integração da pessoa na sua nova rotina», explica Cristiana Merendeiro. 

Não é exigido aos inquilinos que parem o consumo de substâncias, caso exista, ou adiram a consultas ou a medicação. Também podem ser integradas pessoas em situação irregular no país. A única regra é aceitar o apoio da equipa e, quando o inquilino tenha rendimentos, comparticipar com 30 por cento dos mesmos para o projecto.  

Associação Crescer 

T. 213 620 192 
E-mail - info@crescer.org 
​Website - crescer.org


 
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