Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
25 março 2021
Texto de Jaime Pina (médico, Fundação Portuguesa do Pulmão) Texto de Jaime Pina (médico, Fundação Portuguesa do Pulmão)

Uma amena Primavera

​​​A prevenção e o acompanhamento médico adequado permitem apreciar o bom tempo.​

Tags
Chegou a Primavera e com ela as doenças características desta estação do ano: as doenças alérgicas. A alergia, entendida como uma resposta exagerada do organismo quando em contacto com determinadas substâncias, tem origem genética, mas é muito influenciada por factores ambientais, que o doente deve conhecer, para poder ter algum controlo sobre a situação. Um desses factores é o aumento da temperatura do ar, que faz com que subam no meio ambiente as concentrações dos dois principais tipos de alergénios: os ácaros do pó da casa e os pólenes. Estas alergias são identificadas com precisão através de análises ao sangue e de testes realizados na pele.

Os ácaros do pó doméstico são aracnídeos microscópicos que se encontram nas habitações, sobretudo no quarto e na cama. O seu principal alimento são as partículas resultantes da descamação natural da pele. Embora estejam presentes durante todo o ano, é nos meses de Primavera e de Outono que existem as melhores condições de temperatura e de humidade para a sua reprodução. Casas húmidas, repletas de objectos, com animais e não ventiladas são o ambiente ideal para a sua multiplicação.

Os pólenes são minúsculos grãos reprodutores masculinos das plantas, invisíveis à vista desarmada. É nos meses de Abril a Julho que as suas concentrações na atmosfera atingem os valores máximos, sendo agressivos sobretudo nos dias secos e ventosos. As gramíneas, a erva parietária, a oliveira e o sobreiro são as principais causas de alergias em Portugal.

Nos doentes alérgicos, as consequências do contacto com estes alergénios traduzem-se por episódios de inflamação, que pode ser no olho (conjuntivite), no nariz (rinite), na faringe (faringite), nos brônquios (asma) e na pele (dermatite). Por vezes a inflamação alérgica atinge todos estes órgãos em simultâneo.

É nesta estação do ano que os doentes alérgicos devem redobrar a adesão às duas principais componentes do tratamento: a prevenção e a medicação.

Quanto a este, o doente deve respeitar escrupulosamente o plano prescrito pelo seu médico, que, habitualmente, contempla dois tipos de medicação: a que deve fazer diariamente (mesmo que se sinta bem) e a medicação das crises, caso surjam.

Relativamente à prevenção, inclui uma série de regras e de comportamentos que o doente alérgico deve respeitar e que têm como objectivo reduzir o mais possível o contacto com os alergénios a que é sensível.

A prevenção da alergia aos ácaros do pó da casa incide no interior da habitação, sobretudo no quarto e no local onde se exerce a profissão, onde se passa a maior parte do dia.

A prevenção da alergia aos pólenes compreende uma série de medidas a adoptar em ambiente exterior, sobretudo nos dias primaveris mais secos e ventosos.

A prevenção, o tratamento de manutenção e o tratamento das crises são procedimentos que devem estar automatizados nos doentes alérgicos. Estes cuidados permitirão que a Primavera, estação do ano tão bonita, estimulante e saudável, passe sem grandes sobressaltos. Desejo-lhe uma amena Primavera.
Notícias relacionadas