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VIH
12 outubro 2018
Texto de Carina Machado Texto de Carina Machado Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

«Um dia único para o VIH em Portugal»

​​​​​​​Farmácias de Cascais já realizam testes rápidos de VIH e hepatite C. 

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«Hoje é um dia histórico. Termos a capacidade de realizar estes testes nas farmácias, sem precisar de prescrição médica, num grande esforço de proximidade, usando a rede de mais de três mil farmácias, com a confiança que os portugueses depositam nos farmacêuticos, faz com que este seja, realmente, um dia único para o VIH em Portugal». Foi deste modo que o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, saudou o arranque da realização de testes rápidos para o diagnóstico do VIH, VHC e VHB nas farmácias. 

Numa visita à Farmácia do Alto da Castelhana, em Alcabideche, uma das 22 do concelho de Cascais desde já aptas à prestação deste serviço, o governante explicou ainda que os testes rápidos serão disponibilizados, progressivamente, noutras farmácias de todo o país. 


O secretário de Estado adjunto e da Saúde sublinhou que a disponibilização de testes rápidos será progressivamente alargada a outras farmácias de todo o país​

Cascais, que aderiu à iniciativa Fast Track Cities (Cidades na Via Rápida para Eliminar o VIH) no ano passado, é a primeira cidade a aplicar o despacho de Março deste ano, que veio autorizar a realização destes testes de rastreio de infecções por VIH, VHC e VHB nas farmácias e nos laboratórios de análises clínicas. 

Tim Martineau, director-executivo da UNAIDS, deixou os parabéns a Portugal, pela forma empenhada com que procura melhorar o acesso das pessoas aos serviços no âmbito do tratamento e da prevenção da sida. «Portugal tem estado na dianteira», disse, e o envolvimento das farmácias nas Fast Track Cities é disso exemplo. «Já o tinha visto noutros países, mas na Europa é a primeira vez, e acho que isso é maravilhoso. As farmácias estão próximas das comunidades, seja nas cidades, vilas ou aldeias, e têm uma boa relação com as pessoas. Aceder à farmácia é fácil e a população sente-se mais à vontade. Isto é bom, é muito bom».

No primeiro dia em que os testes ficaram disponíveis, a Farmácia do Alto da Castelhana fez logo quatro. As notícias na comunicação social e a comunicação pelos seus próprios meios suscitaram a curiosidade das pessoas. O director-técnico, Pedro Rosa, lembra que a transmissão do VIH é um problema transversal, «abrange toda a sociedade e todas as faixas etárias». Além disso, acrescenta a farmacêutica Marta Rodrigues, «temos uma grande proximidade com os utentes. Estão habituados a colocar-nos questões da sua saúde todos os dias e isso faz com que haja uma relação de confiança muito grande, tanto a nível do sigilo dos dados como de toda a confidencialidade do processo».


A equipa da Farmácia do Alto da Castelhana reforça o carácter prático do teste: «Com uma picada no dedo, conseguimos ter um resultado em 15 minutos»

As farmácias receberam formação da Ordem dos Farmacêuticos para disponibilizar este serviço, que junta ao anonimato, ao sigilo e à gratuitidade, a rapidez. «Em termos práticos, é uma picada no dedo. Com uma gotinha de sangue capilar fazemos o teste». Depois, basta um quarto de hora. «Com uma picada no dedo, conseguimos ter um resultado em 15 minutos», reforça Marta Rodrigues.

​Está previsto que, perante um resultado reactivo, a farmácia ou o utente possam entrar em contacto com a linha SNS 24, que fará o devido encaminhamento para o hospital escolhido pelo utente, de acordo com as redes de referenciação hospitalar e cumprindo os tempos máximos de resposta em vigor.

As Fast Track Cities são uma iniciativa da UNAIDS, que convida as cidades mundiais a desenvolver e aplicar medidas com vista a que, até 2030, se quebre o ciclo de transmissões e se erradique a epidemia de VIH/sida.
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