A Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar (USF-AN) e a Associação Nacional das Farmácias (ANF) assinaram esta terça-feira, 17 de Janeiro, um protocolo com vista a desenvolver projectos comuns de cuidados de saúde primários.
«Queremos continuar a desenvolver as equipas de saúde de proximidade e, do nosso ponto de vista, nessas equipas estão, com todo o seu mérito, os farmacêuticos comunitários», declarou o médico João Rodrigues, presidente da USF-AN, na cerimónia de assinatura.
Paulo Cleto Duarte, presidente da ANF, sublinhou o empenho dos farmacêuticos em aprofundarem relações com os todos os outros profissionais de saúde, porque com eles partilham «o objectivo de melhorar o estado de saúde da população».
Ao abrigo deste protocolo, USF e farmácias vão desenvolver projectos-piloto ao nível local, focados na prevenção e manutenção de cuidados de saúde. Diabetes, obesidade, redução do consumo excessivo de alguns medicamentos, como os ansiolíticos e os fármacos para a acidez gástrica, são alguns dos projectos em estudo.
Os dois responsáveis acreditam que a cooperação multidisciplinar melhora a qualidade dos cuidados de saúde aos cidadãos, sendo ainda capaz de gerar poupanças ao Estado. Por outro lado, é imprescindível à capacitação do cidadão na gestão da sua própria saúde.
O protocolo permitirá desenvolver no terreno experiências de prevenção quaternária, que visam evitar danos associados a intervenções médicas e farmacêuticas desnecessárias, como os riscos da sobremedicação. Farmácias e USF vão trabalhar em conjunto na prevenção de doenças e na promoção de estilos de vida saudáveis, desenvolvendo programas de exercício físico e de dieta mediterrânica adequados a grupos populacionais específicos.
Este protocolo, inédito, foi facilitado pela experiência de trabalho comum entre as duas organizações, designadamente no projecto-piloto USFarmácia, em curso na Figueira da Foz.
«Criámos a confiança necessária para percebermos que aquilo que nos une é muito mais estrutural do que o que nos separa», declarou o presidente da ANF. «Olhamos para o doente numa perspectiva integrada e de uma forma única, assumindo que cada um de nós tem competências e valências próprias», expôs ainda Paulo Cleto Duarte.
Dado o pontapé de saída, o trabalho que se segue é «motivar as farmácias e as USF candidatarem-se voluntariamente a desenvolver estes projectos», afirmou João Rodrigues.