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2 outubro 2025
Texto de Nico Buzu | Personal Trainer Texto de Nico Buzu | Personal Trainer

Treino físico para pessoas com doença oncológica

Descubra os principais benefícios.

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O diagnóstico de cancro é sempre um momento desafiante. A pessoa vê a sua vida alterada, não apenas pela doença em si, mas também pelos efeitos dos tratamentos, como fadiga, dores, alterações no apetite e impacto psicológico. Nos últimos anos, a ciência tem reforçado o papel do exercício físico como ferramenta terapêutica complementar, capaz de reduzir sintomas, apoiar na recuperação e devolver a autonomia.


Benefícios do exercício físico para pessoas com doença oncológica

O exercício físico, devidamente adaptado e acompanhado por um profissional habilitado, promove múltiplos benefícios:

  • Redução da fadiga, um dos sintomas mais debilitantes associados aos tratamentos;
  • Melhoria da função imunitária, contribuindo para uma melhor resposta do organismo à quimioterapia e radioterapia;
  • Manutenção da massa muscular e da densidade óssea, frequentemente comprometidas durante o tratamento;
  • Aumento da capacidade cardiorrespiratória, que ajuda a reduzir complicações cardiovasculares;
  • Impacto positivo no bem-estar psicológico, diminuindo a ansiedade, o risco de depressão e aumentando a autoestima.


Importa sublinhar que estas vantagens não são apenas fisiológicas. O exercício confere a estas pessoas uma sensação de controlo, algo fundamental num processo em que tantas vezes se sentem sem controlo sobre o que está a acontecer na sua vida.


Como deve ser o treino

Cada plano deve ser individualizado e adaptado ao tipo de tumor, à fase do tratamento, ao estado físico e a eventuais limitações. A intervenção deve ser sempre realizada em articulação com a equipa médica e reavaliada periodicamente para garantir que o treino está devidamente ajustado.


Os principais pilares são:

1. Treino aeróbico moderado

Caminhadas, bicicleta estática ou hidroginástica, praticados duas a três vezes por sema- na, ajudam a melhorar a resistência, regular o sono e reduzir a fadiga.

2. Treino de força

Exercícios com elásticos, pesos leves e máquinas adaptadas preservam a massa muscular e funcionalidade, recomendando-se duas sessões semanais.

3. Flexibilidade e mobilidade

Alongamentos suaves e exercícios articulares evitam rigidez e melhoram a postura, muitas vezes afetada pelos tratamentos.

4. Respiração e relaxamento

Técnicas respiratórias, ioga e pilates adaptado ajudam a gerir o stresse e a melhorar a oxigenação dos tecidos.


Precauções essenciais

Apesar dos inúmeros benefícios, é fundamental garantir a segurança:

  • O treino deve ser supervisionado por profissionais especializados em exercício oncológico;
  • Os períodos de maior debilidade devem ser respeitados, através do ajustamento das car- gas e da intensidade;
  • O treino deve ser imediatamente interrompi- do em caso de dor intensa, tonturas, falta de ar ou hemorragias.


O exercício físico não substitui o tratamento oncológico, mas é hoje entendido como um complemento imprescindível, que promove a saúde, o bem-estar e a confiança. Representa um investimento na qualidade de vida durante e após os tratamentos, permitindo que a pessoa recupere forças e encontre motivação para enfrentar o futuro. Em cada sessão de treino há muito mais do que movimento: há esperança, superação e a prova de que a atividade física, quando bem orientada, pode transformar de forma profunda o percurso de quem luta contra o cancro.