As enormes listas de espera no Serviço Nacional de Saúde e a frequente falta de medicamentos nas farmácias estão entre as principais dificuldades sentidas pelos cidadãos portugueses, apontou a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, no discurso sobre as conclusões da Convenção Nacional da Saúde, que se realizou no dia 18 de Junho, em Lisboa.
«Os portugueses não podem ter listas de espera de anos por uma primeira consulta de especialidade ou cirurgia, não podem ter as enormes falhas de medicamentos que têm actualmente na nossa rede de farmácias», disse a bastonária. Além disso, «não podem esperar eternidades por tratamentos inovadores que podem fazer a diferença, não podem continuar a não ter cuidados continuados e paliativos para si e para os seus quando necessitam, que não só gera sofrimento e desesperança, mas sobrecarrega desnecessariamente as famílias e os cuidadores, exaustos e perdidos num sistema que não é amigo do cidadão».
O SNS, lamentou ainda Ana Paula Martins, «dá sinais de cansaço depois de anos seguidos de resiliência e resistência dos profissionais, redução de horários de trabalho sem os consequentes planos de reorganização e incentivo à produtividade, sem a renovação das infra-estruturas, sem autonomia na gestão, com falta de investimento planeado, sem reforço do capital humano ou aposta séria na prevenção».
A criação de uma Agenda da Saúde para o Cidadão, com um plano integrado para as doenças crónicas e raras, foi o mote da segunda edição da Convenção Nacional da Saúde, que reuniu no Centro de Congressos de Lisboa, no dia 18 de Junho, 150 parceiros do sector. Da Convenção fazem parte 71 associações de utentes com doenças crónicas.