Pôr o cidadão no centro do sistema de saúde é uma aspiração antiga. Na Convenção Nacional da Saúde ganhou a força de uma urgência. Francisco George, histórico director-geral da Saúde, referiu que «não deve ser o doente, mas o cidadão no centro dos cuidados». O agora presidente da Cruz Vermelha Portuguesa referiu a necessidade de «empoderar» o cidadão para que participe activamente na conquista de ganhos em Saúde. «Num novo paradigma onde as prestações de cuidados são conduzidas em regime de co-produção, os cidadãos têm de saber como proteger-se dos riscos. Trata-se de uma co-produção dos resultados em Saúde», sublinhou o antigo director-geral da Saúde. Francisco George está preocupado com o combate às desigualdades no acesso à Saúde em função do rendimento.
Maria do Rosário Zincke, presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, que reúne dezenas de associações de doentes e consumidores, defendeu a consagração legal de um estatuto do cuidador informal, criando uma rede nacional de cuidadores. No painel dedicado às “Políticas públicas de proximidade: O doente no centro da prestação de cuidados de saúde”, emergiram os conceitos estratégicos de planos individuais de saúde e de gestor do doente. «Um gestor da família que, em articulação com o doente e com a família, possa estabelecer o plano individual para aquele doente», defendeu o pediatra Alberto Caldas Afonso, que participou no debate em representação da Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras.
