«Tinha dois sonhos, casar e ser pai. E consegui!». É de sorriso expansivo que Miguel Pacheco, hoje com 30 anos, se apressa a revelar aqueles que, um dia, foram os seus maiores desejos. Pai de um menino, Vasco, de 15 meses, Miguel é perentório em afirmar que «é possível cuidar de um bebé com uma mão».
Embora assuma ter sentido dúvidas sobre se «seria capaz de estar à altura» do desafio e responsabilidade de ser pai, o paraciclista deixou o medo de lado e superou-se. «Cada dia foi uma aprendizagem, ainda hoje o é. Se foi mais fácil quando ele tinha autonomia reduzida? Sim foi [risos]! Atualmente já é muito mais complicado, mas tento adaptar-me. É possível mudar a fralda com uma mão, eu dei-lhe papa, adormeci-o», conta o jovem paraciclista, frisando que «julgo que ele percebe que o pai é diferente, sendo igual e, talvez, por isso, ele seja cooperativo».
A esposa, Ângela Martins, de 31 anos, nunca se surpreendeu com a capacidade que Miguel Pacheco sempre revelou em cuidar do filho. «Ele é um vencedor na vida devido à sua capacidade de adaptação extraordinária», elogia a técnica superior de diagnóstico e terapêutica de cardiopneumologia, que exerce atividade no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. «Amor é união, e isso cura», conclui Ângela.