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6 setembro 2021
Texto de Ema Paulino (presidente da ANF) Texto de Ema Paulino (presidente da ANF) Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

Se não agora, quando?

​​​Presidente da ANF escreve sobre o papel das farmácias na saúde das pessoas.​

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Em Setembro de 2014, a actriz e embaixadora da Boa Vontade, Emma Watson emocionou o mundo com as suas palavras sobre a igualdade de género na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque. Perante oportunidades de intervenção, instigava cada um de nós a questionar-se: «Se não eu, quem? Se não agora, quando?».

Ao longo dos séculos, muitos foram os desafios que a profissão farmacêutica e a farmácia, enquanto local de prática em particular, enfrentaram de forma optimista e construtiva. Temos, sempre, feito parte da solução para as alterações demográficas, a mudança na carga da doença, e o desenvolvimento tecnológico que acompanha a inquietude de uma sociedade que não se sacia com o status quo.

Os ciclos de mudança, contudo, tornam-se cada vez mais curtos. As expectativas dos cidadãos e dos sistemas de saúde aumentam na mesma proporção em que aumenta o seu conhecimento sobre o valor potencial do contributo dos profissionais de saúde com quem se relacionam. As preferências das pessoas que vivem com doença ganham uma outra dimensão no espectro das opções terapêuticas disponíveis.

Neste contexto, a nossa interpretação do que é uma farmácia hoje, nas limitações do seu espaço físico, irá forçosamente evoluir. A farmácia ocupará o espaço de actuação que for capaz de construir, presencial, mas também virtualmente.

O acompanhamento das pessoas na sua jornada pelos cuidados de saúde assim o vai exigir. 

E nós, que acreditamos que por detrás de um medicamento efectivo e seguro, se encontrará sempre um farmacêutico atento, proactivo, e que assume a sua responsabilidade enquanto parte integrante da equipa de saúde, fazemos parte desta evolução. 

Uma evolução que passa por uma melhor integração dos cuidados prestados pelas equipas das farmácias com os cuidados prestados por outros profissionais de saúde, no âmbito do Serviço Nacional de Saúde e das estruturas privadas e sociais. Por um modelo de contratualização de serviços que dê seguimento ao caminho que já se iniciou, com a comparticipação pelo SNS dos testes rápidos de antigénio efectuados nas farmácias comunitárias.

Este é um desígnio colectivo, mas que depende em grande medida do contributo de cada um de nós. As oportunidades de intervenção estão ao balcão das nossas farmácias, nos nossos gabinetes e consultórios. Nas interacções que temos com as pessoas que em nós confiaram o seu bem mais precioso, a sua Saúde. Que nos recordarão pelo comprometimento que reconhecem em nós de responder às suas necessidades, principalmente aquelas que não foram capazes de percepcionar sozinhos. 

A cada oportunidade, convido cada um de nós a questionar-se: «Se não eu, quem? Se não agora, quando?».

Com o meu compromisso, que faremos este caminho em conjunto.
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