Manter a vigilância é a melhor garantia para detectar e prevenir doenças. Na saúde masculina há rastreios importantes a ter em conta:
CANCRO DA PRÓSTATA
É o tumor maligno mais frequente nos homens. A grande maioria dos doentes tem idade superior a 60 anos, mas pode surgir abaixo dos 50 anos, sobretudo se existirem factores genéticos familiares. Habitualmente não causa qualquer sintoma ou queixa na fase inicial.
A pesquisa do PSA (antigénio específico da próstata) é o principal teste usado no rastreio do cancro da próstata. O antigénio e produzido nas células da glândula prostática e pode ser detectado numa análise ao sangue. Os homens saudáveis apresentam valores de PSA inferiores a 4 ng/ml, havendo suspeita de tumor quando os valores são superiores. Caso a análise apresente níveis elevados de PSA, será necessário despistar a existência de cancro com exames imagiológicos e, eventualmente, com biopsia.
Contudo, valores normais não garantem a ausência de cancro da próstata, tal como valores altos não garantem a sua presença, pois vários outros factores podem influenciar a produção de PSA, como a actividade sexual, a inflamação da próstata, a toma de certos medicamentos ou o volume do órgão.
TESTÍCULOS
O cancro testicular é um tumor maligno que tem origem em células imaturas do testículo. É bastante raro, representando apenas 1 por cento dos cancros do homem, e surge mais frequentemente entre os 15 e os 35 anos de idade. Habitualmente manifesta-se como um nodulo duro e indolor. Existindo sintomas, o homem nota uma sensação de peso ou desconforto no interior do saco escrotal, por vezes acompanhado de sensações de mal-estar e cansaço.
De forma geral, não estão preconizados exames de rastreio para o cancro do testículo. A autopalpação testicular na ausência de sintomas não está recomendada por rotina. A única excepção é a existência de factores como a criptorquidia (testículos que não estão no interior do saco escrotal), a atrofia testicular e a existência de historia de cancro do testículo em familiares de 1.º grau.
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
As infecções sexualmente transmissíveis constituem um problema de Saúde Pública, especialmente nos adolescentes e adultos jovens, população com maior risco de complicações clínicas graves. A infecção pode ser viral, bacteriana ou parasitária. Entre as infecções virais, destacam-se o VIH/sida, o herpes genital e as hepatites B e C. Nas infecções não virais, em Portugal domina a candidíase, a clamídia, a gonorreia e a tricomoníase.
Grande parte destas infecções não causa sintomas. Por isso, os infectados não sentem necessidade de procurar ajuda medica, não são tratados e continuam a transmitir a infecção a parceiras ou parceiros. Se não forem tratadas atempadamente, podem causar nas mulheres cancro do colo do útero, doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica ou infertilidade. Tanto nas mulheres como homens, potenciam o risco de contração e transmissão de VIH/sida. Quando existem sintomas, são sobretudo genitais, como comichão, corrimento, feridas ou verrugas. O VIH/sida e a hepatite têm sintomas generalizados, o que dificulta a suspeição da doença.
Em geral, o rastreio das infecções sexualmente transmissíveis só se faz quando há sexo não protegido com parceiro ocasional. Habitualmente é feita analise de urina. Estão comercializados testes rápidos, adquiríveis nas farmácias, que em poucos minutos detectam anticorpos do vírus da imunodeficiência adquirida, da sífilis e das hepatites B e C.