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25 fevereiro 2021
Texto de Vera Pimenta Texto de Vera Pimenta

A prevenção salva vidas

​​​​Campanha de sensibilização para a detecção precoce do cancro colo-rectal, nas Farmácias Portuguesas.​

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Anualmente, são detectados mais de dez mil casos de cancro do intestino em Portugal. Além de ser o cancro com maior incidência no país, é também um dos mais fatais. Todos os dias, a doença é responsável por 12 mortes, quatro das quais poderiam ser evitadas, através do rastreio preventivo. Se for detectado a tempo, a taxa de sobrevivência do cancro intestinal é de 90 por cento.

Também conhecido por cancro colo-rectal, o cancro intestinal afecta principalmente o cólon e o recto. Começa, na maioria dos casos, pela formação de um pólipo. Este pequeno tumor benigno surge no tecido da parede intestinal e, à medida que aumenta de dimensão, pode tornar-se maligno e espalhar-se para outros órgãos.

O processo pode demorar até vários anos a evoluir, com sintomas facilmente confundidos com os de outras patologias. Caso a doença seja descoberta em fase avançada, a sobrevida é de apenas dez por cento. Mas há razões para ter esperança: se for detectada a tempo, a taxa de sobrevivência é de 90 por cento.

Por isso, a prevenção é crucial.

Se tem entre 50 e 74 anos, é aconselhado a fazer a pesquisa de sangue oculto nas fezes, pelo menos de dois em dois anos. Independentemente da idade, é importante «ouvir os sinais que o corpo dá» e transmiti-los sempre ao médico. O aviso é de Vítor Neves, da Europacolon Portugal.

«A detecção precoce permite salvar muitas vidas», afirma o presidente da associação de apoio a doentes com cancro digestivo. Vítor Neves garante que a prevenção, aliada a um estilo de vida saudável, é a melhor arma contra o cancro intestinal. «Quanto mais adiarmos a detecção da doença, mais sofrimento as pessoas vão ter».

O presidente da associação sublinha que, desde a sua fundação, em 2006, já morreram mais de 70.000 pessoas. «Um terço destas mortes poderia ter sido evitado», recorda. O primeiro passo é conhecer bem a doença, estar atento aos seus sintomas e factores de risco.

«A saúde é o melhor bem que temos. É preciso poupá-la».

Campanha de Detecção Precoce do Cancro Colo-rec​tal

De 15 de Março a 14 de Abril, decorre a campanha de sensibilização​ para a detecção precoce do cancro colo-rectal, dirigida às pessoas entre os 50 e os 74 anos. Promovida pela Fundação Ageas, pela Médis e pelas Farmácias Portuguesas, a campanha estará disponível nas farmácias parceiras, aderentes à rede de prestadores da Médis (excepto ilhas).

Caso se enquadre no grupo de risco, fale com o seu farmacêutico, que lhe vai entregar um kit para recolha de uma amostra de fezes. O kit tem o custo simbólico de 5€, sendo que os primeiros 4.000 kits serão oferecidos pela Fundação Ageas. Se o resultado da análise for positivo, é recomendada a marcação de consulta com o médico assistente.

Vítor Neves, presidente da Europacolon Portugal, considera que a campanha das farmácias vai permitir a detecção precoce  «a milhares de pessoas que não o fariam de outra forma», numa altura em que a pandemia tem dificultado os diagnósticos precoces. «Vamos salvar muitas vidas», acredita.

Sintomas do cancro colo-rectal

Os sintomas do cancro intestinal são facilmente confundidos com os de outras doenças. Se verificar uma alteração persistente dos seus hábitos intestinais, sem motivo aparente, tais como o surgimento de prisão de ventre ou diarreia, não a ignore.

Esteja atento à perda de sangue nas fezes e à sensação de que o intestino não esvazia por completo, principalmente quando associados a dores fortes ou desconforto abdominal. O cansaço e a perda súbita de peso também são sinais de alerta.

Dê ouvidos ao seu corpo e, em caso de dúvida, fale com o seu médico.

Factores de risco

Com o avanço da idade, a probabilidade de desenvolver cancro colo-rectal aumenta, principalmente quando há histórico familiar. Embora a doença também possa aparecer em pessoas mais jovens, 90 por cento dos diagnósticos são em doentes acima dos 50 anos.

Este tipo de cancro tem maior incidência em pessoas com historial de doenças inflamatórias do intestino, como a colite ulcerosa ou a doença de Crohn. O surgimento de pólipos na parede intestinal também aumenta o risco, sendo importante detectá-los e removê-los o mais cedo possível.

A adopção de um estilo de vida saudável é uma excelente medida de prevenção. Por isso, opte por uma dieta equilibrada, rica em frutas e legumes, evitando alimentos processados e bebidas alcoólicas em excesso. Deve ainda evitar o tabaco e fazer exercício regularmente. Lembre-se que a obesidade e o sedentarismo também são factores de risco.
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