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5 junho 2025
Texto de Marta José Santos | WL Partners Texto de Marta José Santos | WL Partners Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

“Ou és galã, ou és o tipo amoroso”

​​​​​Nuno Eiró conhece o mundo da televisão por dentro e fala dele com a franqueza de quem cresceu num meio onde o físico muitas vezes precede o conteúdo.

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A pressão da imagem no mundo mediático é real e, hoje, mais intensa do que nunca. Nuno Eiró, com mais de duas décadas de carreira, viu essa exigência crescer com o tempo. “Como sou ‘antigo’, no início não senti tanta pressão. Era redondinho, e isso até ajudava, porque havia o estigma do ‘engraçado e simpático’”, recorda com ironia. Contudo, rapidamente percebeu que o mercado tende a encaixar as pessoas em rótulos apertados: “Ou és galã, ou és o tipo amoroso.”

Essa catalogação, para além de limitar percursos, pode distorcer a perceção que temos de nós próprios. O apresentador, no entanto, sempre contou com uma arma valiosa: o seu sentido crítico. “Vejo fotos antigas e percebo a evolução. Gosto mais do que vejo agora”, admite, com a segurança de quem conquistou um novo olhar sobre si mesmo.

Reconhece que todos se preocupam com a imagem, “quem disser que não, está a mentir”, mas alerta para o ponto de viragem onde essa preocupação se torna obsessão. “Há pessoas que vivem reféns da imagem, dos filtros, da aparência no Instagram. Isso é dismorfia, é perigoso e afeta a saúde mental.”

Nuno Eiró fala com maturidade sobre um tema cada vez mais urgente: o equilíbrio entre cuidar de si e não se deixar consumir por um ideal inatingível. Uma lição de autenticidade, numa era em que o espelho, tantas vezes, mente.