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11 março 2017
Texto de Pedro Veiga Texto de Pedro Veiga Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

Os loucos anos 80

​​​​​​​​Rodrigo Leão fez parte de dois dos projectos mais influentes da música portuguesa: Sétima Legião e Madredeus.
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Revista Saúda - Fez agora referência aos anos 80, que é a década em que o Rodrigo começa a editar com os Sétima Legião. Como é que isso aconteceu?
Rodrigo Leão - Começou ainda antes dos anos 80, na verdade. Em minha casa sempre se ouviu muita música. E eu, com 11 ou 12 anos, comecei a ouvir Genesis e Pink Floyd. Na altura, grande parte dos amigos gostavam de aprender músicas dos Beatles ou dos Rolling Stones, mas eu, o Pedro Oliveira (vocalista e guitarrista dos Sétima Legião) e o Nuno Cruz (baterista e percursionista de Sétima Legião) não gostávamos muito. Estávamos ansiosos por fazer as nossas próprias músicas, nem que fosse com dois ou três acordes. E isso evoluiu até chegar aos Sétima Legião. Aí já ouvíamos Joy Division ou New Order e a identificação era total, porque eram músicos que tocavam coisas muito simples. E, creio, auto-didactas como eu.

RS - A banda nasce oficialmente em 1982 mas o primeiro álbum, «A Um Deus Desconhecido», só surge em 1984.
RL - Exactamente. Em 1982, fomos à Grande Noite do Rock. Levámos connosco uns duzentos amigos do liceu Dona Leonor. Tivemos uma grande claque​, acabámos por ficar em segundo lugar e chamámos a atenção de alguns jornalistas. No ano seguinte, editámos um single, o «Glória», que tinha letra do Miguel Esteves Cardoso e, em 84, o álbum.

 


RS - Houve boas críticas, mas o sucesso não foi imediato.
RL - De certa forma. Fomos bem recebidos mas vendemos apenas uns mil discos. Só mais tarde, em 1986, com o disco «Mar de Outubro», passámos a ter um som mais comercial e aí tívemos um boom. Entre 86 e 91, fizemos uns 40, 50 concertos por ano.

RS - É nesse período que se junta aos Madredeus. Como é que isso se deu?
RL - Madredeus era um projecto completamente diferente e que só fazia quatro ou cinco concertos por ano porque o Pedro (Ayres de Magalhães) tinha muito trabalho nos Heróis do Mar e eu também na Sétima Legião. Mas em 1991, as duas bandas foram tocar ao Europália (festival na Bélgica) e Madredeus causou impressão e os belgas decidiram editar o disco. A partir daí, foi aquela loucura.
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