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29 maio 2024
Texto de Telma Rocheta (WL Partners) Texto de Telma Rocheta (WL Partners) Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro Vídeo de Rodrigo Coutinho Vídeo de Rodrigo Coutinho

Os desafios da vida: gerir um cancro em público

​​Fernanda Serrano afirma que a exposição da sua doença foi também um «serviço de alerta» para outras mulheres.​

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​Há 16 anos, Fernanda Serrano recebeu mais um dos grandes presentes da vida, o nascimento da filha Laura (a seguir ao primogénito Santiago) e, dias depois, uma das piores notícias que uma mulher pode ouvir: o diagnóstico de cancro de mama. 
«Nunca há um timing bom para receber esse tipo de notícias, mas a seguir ao nascimento, que deve ser das fases mais bonitas, mais calmas, quando se está a desfrutar de uma coisa tão bela que é a maternidade, foi um furacão», recorda. No meio da mistura de felicidade e angústia, a atriz decidiu, diz, resolver a situação da melhor forma: «Confiei muito na equipa médica, tive sorte também, e fiz exatamente tudo aquilo que me era indicado fazer».  Explica: “Não resvalei, não fugi a nada. Fiz tudo». O processo de comunicação da doença ao público foi igualmente gerido com sensatez: «Falei abertamente nos momentos que eu escolhi. Fiz um comunicado logo no início do protocolo clínico». A partir daí era mais difícil haver especulação, considera. No final do tratamento, que incluiu cirurgia, quimioterapia e radioterapia, organizou uma conferência de imprensa. «Onde estavam todos os meios de comunicação que quiseram estar presentes e foi um momento livre de questões. A meu ver não havia razão para não tornar público. Infelizmente é uma doença que nos bate à porta sem nós querermos», considera. A atriz recorda que a exposição da sua doença foi também um «serviço de alerta». «E a verdade é que tive esse retorno da parte de muitas mulheres». Muitas fizeram autoexames e mamografias que resultaram em diagnósticos. E, eventualmente, mais mulheres conseguiram​ tratar-se antes de a doença se revelar fatal. 

Com os tratamentos concluídos, Fernanda Serrano descobriu que, por causa de um erro médico - que revela no livro -, estava de novo grávida. Quando «a informação passada por parte da equipa clínica era que o pior que podia fazer era ter uma gravidez imediatamente a seguir» e, nos dois anos seguintes. «Foi das piores fases por que passei», recorda, por não conseguir «ficar serena com qualquer decisão que tomasse». O dilema era interromper a gravidez ou acreditar que o bebé que carregava no útero não levaria ao despertar de novo carcinoma.  «A decisão soberana é nossa, só a nós assiste. Quando mais precisamos de que algo seja certeiro, para garantir que vai funcionar e não conseguimos lá chegar, é horrível». Tomada a decisão, Maria Luísa viria a nascer saudável sem a mãe sofrer recidiva de cancro. «A seguir às tempestades acontecem as bonanças», resume.
 

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