Começou nas danças de salão com 13 anos, para acompanhar o pai. Adorou e chegou a fazer competição. Aos 19 anos, quando começou a trabalhar na televisão, praticava três a quatro horas por dia. «Tive de escolher: profissionalmente, ou ia para representação ou para dança». Largou a dança, era impossível conciliar com os ritmos de gravação na televisão. Não se arrependeu. «Foi um hobby que levei a sério, mas requer muita dedicação. Deixou de ser um prazer, começou a ser um esforço e deixou de me apetecer mais».
O primeiro amor de Paula Neves é a televisão. Começou na série “Riscos”, em 1997, e há 20 anos ficou conhecida como “Trinca-Espinhas”, na telenovela “Anjo Selvagem”. Paula nunca sonhou ser actriz, estava no segundo ano de Sociologia quando surgiu a experiência e quis terminar a licenciatura. «Sempre fui muito boa aluna e interromper os estudos não era uma opção», justifica. Para compensar a falta de formação em representação, frequentava, todos os anos, workshops focados em técnicas de representação. «Desde Stanislavski até Meisner, corri-as todas. A técnica e a teoria são os alicerces da casa, e eu não queria construir a casa em cima de areia».
Mais tarde optou por fazer o mestrado em Estudos de Teatro, na Faculdade de Letras de Lisboa, para ir beber a teoria, os clássicos, a história do teatro. O curso, terminado há quatro anos, aumentou-lhe o gosto pela profissão. «Apaixonei-me pelos clássicos e isso mudou a minha relação com o teatro. Se pudesse, fazia toda a vida tragédia grega até Shakespeare». Apesar do gosto pelo teatro, não está certa de poder «abrir mão totalmente da televisão». Gosta «profundamente» de fazer telenovelas. «É através das novelas que as pessoas pensam as suas emoções e a sua vida. É um produto sociológico fundamental. Se fizer novelas até ser velhinha vou ser muito feliz», afirma.
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