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30 novembro 2023
Texto de Telma Rocheta (WL Partners) Texto de Telma Rocheta (WL Partners) Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes Vídeo de Duarte Almeida Vídeo de Duarte Almeida

«O que me move é fazer rir as pessoas»

​​​​​​​​Ana Garcia Ma​rtins é uma das primeiras influencers profissionais em Portugal. No blogue “A Pipoca Mais Doce”, ensaiou o estilo de humor que a caracteriza.

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Começou o blogue “A Pipoca Mais Doce” em 2004. Pertence à primeira geração de influencers, quando nem tinha sido inventada a palavra. Como vê o seu percurso?
O “A Pipoca Mais Doce” (APMD) faz 20 anos no próximo mês de janeiro. É engraçado ver a curva ascendente que o blogue sofreu, as por- tas que me abriu e os projetos que me permitiu fazer. Começou por ser uma brincadeira, por eu achar que era uma boa plataforma para escrever sobre tudo o que me apetecia, uma extensão dos meus diários de miúda. Acabou por se transformar numa profissão.

Agora está mais virada para outras plataformas. 
Criei o APMD na altura em que os blogues estavam a começar em Portugal. Não havia nenhuma rede social, nem Facebook, Instagram, nada. Neste momento o blogue não está ativo, porque as pessoas estão numa nova fase, muito mais de imagem do que de texto. Preferem coisas mais curtas, para consumo imediato. O Instagram, que, por excelência, é a plataforma onde me movo neste momento, limita-me um bocadinho nesse sentido. Mas sinto falta da escrita e estou a pensar em formas de voltar às origens.


«Ver o Natal pelos olhos deles​​ é voltar à minha infância»

A Ana era jornalista. Como foi a transição?
Foi muito natural, porque as duas coisas coexistiram. Já era jornalista quando criei o blogue e consegui manter essas duas vertentes durante dez anos, até perceber que, se queria que o blogue crescesse, teria de deixar o resto. Foi uma decisão muito ponderada, demorei dois a três anos a tomá-la. Foi um bocadinho arriscado, não havia ninguém a dedicar-se exclusivamente a um projeto digital, mas foi uma aposta ganha.

Onde trabalhou?
Fui jornalista no jornal “A Capital”, trabalhei na secção de Cultura e na secção de Sociedade. Quando o jornal fechou, fui um ano estudar para Madrid. No regresso, passei por uma agência de comunicação e depois trabalhei no departamento de comunicação de um banco. Entretanto, abriu a revista “Time Out” e fui convidada a integrar a equipa desde o número zero. Adorei o projeto, super disruptivo, com uma linguagem muito próxima da minha escrita e com humor. Nessa altura, o blogue já existia.
 
"A Pipoca Mais Doce” não é exatamente a Ana. Em que aspetos coincidem?
Eu própria já não sei onde começa uma e acaba a outra. Sou muito honesta na forma como comunico. Se calhar, APMD é a versão mais cáustica, mas, se pensar bem, também sou assim na minha vida quotidiana. Mas faço alguma triagem de conteúdos: o que está nas redes sociais não é toda a minha vida. Há muita coisa que fica deliberadamente de fora porque não quero expor, acho que não é relevante para as pessoas, ou porque não é por isso que elas me seguem. Sou muito mais do que mostro nas minhas redes sociais.

Entretanto, a Ana também saltou para outra plataforma: a televisão.
A exposição que o blogue me deu permitiu-me ir experimentando várias coisas: fazer livros, stand up comedy, rádio e televisão. E eu gosto disso. Gosto de sair da minha zona de conforto e atirar-me para coisas que nunca me imaginei a fazer, como um programa de dança ou de culinária… São coisas que não domino de todo, mas digo sempre que sim.

Qual o projeto televisivo de que mais gostou? 
Adorei ser comentadora do “Big Brother”, adorei fazer o programa “Dança Comigo”, adorei o “Hell's Kitchen”. São coisas muito diferentes que nunca me imaginaria a fazer. Mas, se calhar, o mais desafiante de tudo foi o stand up comedy, que é uma coisa de que gosto muito, mas que me faz sentir desconforto físico. Tenho pesadelos com o stand up comedy.

Porquê?
Por ser uma coisa muito arriscada, estar ali de pé perante não sei quantas pessoas, sozinha em palco com a missão de fazê-las rir. É uma responsabilidade imensa. E quando corre mal é um sofrimento, é extremamente embaraçoso. Mas, quando corre bem, sinto que não existe nada mais poderoso do que fazer as pessoas rir. É isso que me move: fazer as pessoas rir. Seja no blogue, no Instagram, nos programas de televisão, a vertente do humor tem de estar sempre presente.


«Não sou de traçar planos. Se calhar podia ser um bocadinho mais ambiciosa»

O que ainda ambiciona fazer em termos profissionais?
Não faço ideia. Não sou de traçar planos, falta-me essa ambição. Tenho tido a sorte de, até aqui, as coisas irem acontecendo e de poder escolher a cada momento o que me apetece fazer. Tem sido o meu método. Se calhar podia ser um bocadinho mais ambiciosa e daqui a cinco anos estar reformada e ir viver nas Maldivas.

Como vive o Natal?
Ganhou uma nova dimensão desde o momento em que tive filhos, porque ver o Natal pelos olhos deles é um bocadinho voltar à minha infância. Gostava muito desta época em miúda, depois passou a ser-me um pouco indiferente. Mas a excitação e inocência com que eles vivem isto tudo é bonito. Agora gosto do Natal sobretudo por causa deles.


A época do Natal ganhou uma nova dimensão a partir do momento em que foi mãe

Em termos de saúde, o que faz para cuidar de si? 
Tenho fases em que sou muito ativa e focada em termos de alimentação e treino, e outras em que descambo fortemente. Mas gosto de acreditar que é nesse equilíbrio que as coisas se vão fazendo. Sou minimamente regrada, mas tenho alturas em que não me apetece fazer nada. Treino mais durante os meses mais frios e no verão permito-me descansar mais. Equilíbrio é a palavra, odeio fundamentalismos, seja no que for. E tento não viver escrava da preocupação excessiva ou da imagem. Mas como sou altamente hipocondríaca tenho preocupações com a saúde.

Que tipo de treino faz?
Como não gosto de treinar, tenho de ir variando para não me aborrecer. Faço treino funcional, ginásio, aulas de kickboxing, Pilates. Nas alturas em que estou mesmo focada e em que treino cinco vezes por semana, faço uma coisa diferente todos os dias. Mas não posso dizer que haja alguma coisa que faça com grande alegria e entusiasmo. Já tive a fase da corrida, de fazer maratonas, mas deixei porque não me fazia bem fisicamente.


«Tanto tenho todos os cuidados do mundo com a pele e o ​cabelo, como, por vezes, até o básico me cansa»

Que cuidados tem com a imagem?
Tanto tenho todos os cuidados do mundo com a pele e o cabelo, como, por vezes, até o básico me cansa: só tirar a maquilhagem já é um esforço enorme. Mas depois lembro-me que tenho quase 43 anos, portanto também já não posso ser assim tão desleixada e tento ter os cuidados mínimos.

Costuma ir a alguma farmácia em especial? 
Tenho a farmácia da minha zona de residência, que é onde acabo por ir mais, é onde já me conhecem. É uma farmácia de bairro e eu gosto de ir aos sítios onde as pessoas me conhecem, porque facilita o processo. É uma relação de proximidade, que ainda é possível ter em certas zonas de Lisboa, mesmo sendo um grande centro urbano.​

 

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