A Plataforma Saúde em Diálogo foi recebida na Comissão de Trabalho e Segurança Social da Assembleia da República, com o objectivo de expor as principais preocupações das associações de doentes quanto às limitações do actual estatuto do cuidador informal. A audiência de 23 de Fevereiro contou com a participação de Jaime Melancia e Paulo Gonçalves, membros dos Órgãos Sociais da entidade.
Jaime Melancia
Destacando o impacto da COVID-19 na vida dos doentes, Jaime Melancia afirmou que a pandemia veio reforçar a importância do papel «discreto e muitas vezes ignorado» do cuidador informal. E recordou que, com o encerramento dos centros de dia, muitos cuidadores a tempo parcial passaram a sê-lo a tempo inteiro, o que os obrigou a faltar ao trabalho sem qualquer remuneração social.
«Não se pode adiar mais a criação de medidas que permitam conciliar a vida profissional com a prestação de cuidados», reforçou o também presidente da PSOPortugal - Associação Portuguesa da Psoríase.
Paulo Gonçalves
Paulo Gonçalves considerou que as alterações ao estatuto do cuidador informal devem passar, desde logo, pelo alargamento do seu âmbito, neste momento limitado aos familiares do doente. «Precisamos de uma solução integrada e simples, que inclua um subsídio para benefício do próprio cuidador, apoio técnico e formação», defendeu.
Os deputados do BE, PS e PSD presentes na Comissão de Trabalho e Segurança Social agradeceram os contributos da Plataforma Saúde em Diálogo, louvando o seu esforço em dar voz às lutas dos doentes crónicos. «As associações são essenciais para fazer a ponte entre o doente e toda a legislação que possamos melhorar», destacou Marta Freitas, deputada do PS.
A Plataforma Saúde em Diálogo é uma IPSS que tem como missão representar doentes crónicos, consumidores de cuidados de saúde, promotores e profissionais de saúde, integrando mais de 50 associações de doentes.