Embora não perca muito tempo a pensar no passado, Rui Vieira não esquece os tempos em que lutou contra o cancro intestinal. «Tenho sorte de ainda andar por cá», diz. Nem todos a têm. Quando diagnosticados demasiado tarde, os doentes com cancro do colo-rectal têm apenas dez por cento de probabilidade de sobreviver. Mas há boas notícias: se detectado em fase inicial, a sobrevida deste cancro é de 90 por cento. Por isso, a prevenção é essencial.
Quando, em 2011, o presidente da Europacolon Portugal, Vitor Neves, o convidou a fazer parte da associação de apoio ao doente com cancro digestivo, Rui soube que essa era a oportunidade perfeita para partilhar o seu testemunho e fazer a diferença na vida das pessoas.
O principal objectivo da associação passa por dar apoio aos doentes com cancro digestivo e seus familiares, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para garantir uma boa qualidade de vida. Sem esquecer o importante papel na sensibilização da sociedade para a gravidade da doença.
«O nosso trabalho vai sempre no sentido de tentar prevenir, prevenir, prevenir», explica. Passados 13 anos desde a sua primeira cirurgia, Rui acredita que a mentalidade das pessoas mudou, na proporção do volume de informação recebida.
Ainda assim, «um bocado à maneira portuguesa, continuamos a desviar-nos em relação a esta doença». Por isso, considera que, se num grupo de 100 pessoas houver uma que oiça as palavras que a associação lhe dirige, a missão estará cumprida. «Temos de tentar sempre ajudar aqueles que também vão nestas carruagens», remata. «Não podemos desistir».