Diz que precisa de pisar as tábuas de um palco pelo menos uma vez por ano, embora ser ator nunca tivesse sido «propriamente um sonho». Depois de muitos anos como humorista na rádio e televisão, Rui Unas fez uma descoberta: «De repente percebi que tinha esta valência», conta. O interprete de Samuel Candeias, da novela da SIC “A Promessa”, acredita que serve mais as pessoas quando está em cima de um palco. Depois de anos como apresentador em programas de entretenimento, como os famosos “Curto Circuito” ou “Cabaret da Coxa”, ou do podcast “Maluco Beleza”, aos 50 anos sente que a sua vocação é sobretudo a interpretar personagens.
No cinema participou em várias curtas-metragens, tendo-se estreado em 2003, no filme “Os Imortais”, de António-Pedro Vasconcelos. Desde 2019, é presença frequente na SIC, em telenovelas como “Nazaré”, e também em séries dramáticas ou de humor. No teatro, destaca a participação na peça “Perfeitos Desconhecidos”, em 2021, onde percebeu que é no palco que se sente melhor. Havia muito tempo que não fazia teatro e pensou: «O que é que eu andei a perder durante este tempo todo que já há muito tempo não fazia teatro?».
Mais recentemente diz ter tido «o privilégio de trabalhar com o José Raposo e um elenco extraordinário», na peça escrita por Marcos Caruso, com um enorme sucesso no Brasil, “Trair e Coçar é só Começar”. A encenação portuguesa foi vista por mais de 100 mil pessoas, tendo feito uma digressão pelo país após mais de um ano e meio de exibição em Lisboa. Foi esta peça que o fez perceber que não quer prescindir da «atividade de ator de palco» e que pelo menos uma vez por ano tem de fazer teatro, até para manter a sanidade mental.