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29 janeiro 2021
Texto de Nuno Monteiro Pereira (urologista, andrologista) Texto de Nuno Monteiro Pereira (urologista, andrologista)

O amor funciona sempre

​​​​​​A falta de coragem para falar abertamente aumenta problemas fáceis de resolver.
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A maior parte dos homens com disfunção eréctil evita falar sobre o problema. Não fala com a família, com os amigos e, às vezes, nem com o seu médico. Se o homem é heterossexual e casado questiona-se quanto tempo mais durará o casamento, enquanto que a mulher pensa que o amor terminou, que já não é atraente para o parceiro ou que ele está interessado noutra. O homem tortura-se, sente-se culpado. A falta de autoestima pode gerar conflitos que afectam não só a própria segurança emocional como também a de outras pessoas, principalmente da mulher e dos filhos. A própria actividade profissional fica afectada.

O que é preciso fazer é reagir, é lutar. Não é uma tarefa fácil, mas é essencial haver abertura, falar sobre o medo e a vergonha, explicar o receio em recorrer a ajuda médica. A conversa deve ocorrer num momento propício, durante um passeio ou num local tranquilo, sem interrupções. Os homens mais velhos tentarão explicar que que é normal perder a erecção e o desejo sexual diminuírem com a idade. Mas estão enganados. A conversa deverá deixar claro se ambos desejam permanecer juntos e se a disfunção eréctil é apenas um problema, como tantos outros, que surgem na vida em comum e que deve ser resolvido em parceria. Em alguns casos a conversa pode até convencer o homem a procurar ajuda médica, se essa for uma possibilidade. Mas poderá também determinar um tipo de relação em que o sexo penetrativo seja excluído.

É importante ter-se a noção de que, mesmo sem haver penetração, é possível haver sexo. A mais conhecida é a masturbação mútua. O homem pode atingir o orgasmo mesmo que o pénis não seja capaz de conseguir uma rigidez suficiente para a penetração.

Existem formas que retiram o pénis do foco da relação sexual, por exploração mútua de outras regiões do corpo, descobrindo novas zonas erógenas através de todos os órgãos dos sentidos, particularmente do tacto, olfacto e paladar. São verdadeiras formas de sexo, que não devem ser confundidas com os habituais preliminares sexuais. São formas focadas no modo de excitar o outro através de carícias, gestos e toques, intensos e criativos, usando os dedos, a boca, as pernas, os pés e os seios, criando fortes vínculos de aproximação física e mental. Mesmo quando não provoca uma resposta orgásmica, o contacto corpo a corpo pode causar sensações extremamente agradáveis para dois cúmplices em interacção.

A disfunção eréctil pode ter causa orgânica, psicológica ou um misto das duas. Existe em vários graus, desde problemas ligeiros até à incapacidade completa para conseguir uma erecção peniana. É mais frequente nos homens de idade avançada, mas pode acontecer em qualquer idade. Uma pesquisa realizada há alguns anos pela Sociedade Portuguesa de Andrologia revelou que 13 por cento dos homens portugueses entre os 18 e os 75 anos tinham problemas sérios de erecção, subindo esse valor para 26 por cento nos homens entre os 50 e os 60 anos. Não é, pois, um problema raro.
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