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26 abril 2021
Texto de Jaime Pina (médico, Fundação Portuguesa do Pulmão) Texto de Jaime Pina (médico, Fundação Portuguesa do Pulmão)

Missão Primavera

​​Controle a asma com o seu médico e farmacêutico.​

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​No dia 4 de Maio comemora-se o Dia Mundial da Asma. Esta data pretende chamar a atenção para uma das doenças que regista maior crescimento e incentivar os doentes a conseguirem o controlo adequado.

A asma é uma doença em que há simultaneamente uma inflamação e uma contracção dos brônquios, que tornam difícil a passagem do ar até aos pulmões. Os sintomas mais característicos são a opressão torácica (o ar que se respira não chega), a tosse seca, a pieira e a dificuldade em respirar (falta de ar).

Afectando 300 milhões de pessoas em todo o mundo, admite-se que em Portugal exista cerca de um milhão de asmáticos, metade dos quais não tem a doença controlada. O resultado é um enorme impacto sanitário e social: idas aos serviços de urgência, internamentos hospitalares, absentismo escolar e laboral, transtornos familiares e sociais.

Tendo uma base simultaneamente genética e ambiental, os acessos de asma são desencadeados por muitos factores. As causas alérgicas vêm em primeiro lugar, com os ácaros do pó da casa e os pólenes a terem o papel mais importante. Mas há muitos outros factores desencadeantes que podem estar implicados. Entre os mais frequentes, estão as infecções respiratórias (sobretudo as virais), os poluentes atmosféricos (dentro e fora de casa), a ingestão de determinados medicamentos (como anti-inflamatórios e beta-bloqueantes), aspectos emocionais, o exercício de certas profissões e o esforço físico (asma induzida pelo exercício).

Esta complexa realidade, em que cada doente é um caso, obriga a uma rigorosa caracterização, pois só assim se poderá delinear o plano de tratamento, individualizado e adaptado ao tipo de asma que o doente apresenta. O plano contempla, na maioria das vezes, três componentes.

A primeira é a prevenção, em que predominam as atitudes comportamentais que visam evitar o contacto do doente com os desencadeantes da sua asma: por exemplo, os cuidados a ter com os ácaros do pó da casa, os pólenes, os fungos, os epitélios dos animais ou os alimentos; melhorar a resistência a infecções respiratórias; evitar o contacto com poluentes atmosféricos (estes doentes não podem fumar!); prevenir com medicamentos a asma de esforço.

A segunda componente é o tratamento medicamentoso realizado preferencialmente por via inalatória, utilizando inaladores, que permitem diminuir acentuadamente a quantidade de fármacos administrados, assim como os efeitos secundários. É imprescindível que ao doente seja ensinada, pelo seu médico ou farmacêutico, a técnica correcta de inalação. Cada tipo de inalador tem procedimentos próprios, e quando não é utilizado adequadamente o tratamento fica condenado ao fracasso ― é o ensino da técnica inalatória.

Na asma de causa alérgica devem ser utilizadas as vacinas antialérgicas, que permitem uma dessensibilização aos alergénios responsáveis pela doença. Administradas por via oral ou através de injecções, é uma forma de tratamento muito eficaz.

Relativamente às formas de asma grave, em que toda a abordagem anterior não consegue evitar que o doente permaneça sintomático de forma permanente, com grandes limitações nas actividades diárias, estão a utilizar-se com sucesso novas moléculas de agentes biológicos.

Sendo a asma uma doença tão prevalecente, por vezes com elevado grau de gravidade, não esqueça que este Dia Mundial traz consigo uma mensagem muito forte: procure apoio para ter a sua asma adequadamente controlada.
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